Bots de IA Consomem 65% da Internet Enquanto Jovens Reduzem Estresse nos Estudos — Por Que Este Paradoxo Revela o Momento Mais Crítico da Web Aberta
سبتمبر 12, 2025 | by Matos AI

Imaginem por um momento que vocês acordam amanhã e descobrem que mais da metade do tráfego da internet não vem de pessoas reais, mas de robôs. Agora imaginem que esses mesmos robôs estão literalmente derrubando sites de pequenas empresas enquanto grandes corporações os usam para treinar seus modelos de inteligência artificial sem pagar um centavo pelos conteúdos que consomem.
Não precisam imaginar. Segundo dados do Imperva Bad Bot Report 2025, mais da metade do tráfego web em 2024 foi automatizado, sendo 37% composto por bots maliciosos. E aqui está o paradoxo mais fascinante: enquanto essa “internet artificial” sufoca a web tradicional, os jovens brasileiros estão descobrindo na IA uma aliada poderosa para reduzir o estresse nos estudos.
A Crônica de Uma Morte Anunciada
Trabalho há mais de 25 anos no ecossistema de tecnologia e inovação, e raramente vi um fenômeno tão contraditório quanto o que estamos vivendo agora. De um lado, temos pequenas e médias empresas jornalísticas sendo literalmente sufocadas por crawlers de IA que degradam a performance de seus sites e reduzem a visibilidade de conteúdos originais.
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Os números são alarmantes: o PerplexityBot teve um crescimento de 157.490% nas requisições. Na Wikimedia, bots respondem por 35% das visualizações, mas consomem 65% das requisições mais custosas. É como ter um convidado que come 65% da comida mas representa apenas 35% dos presentes na mesa.
O que mais me chama atenção é que estamos diante de uma rearrumação de poder silenciosa. Answer engines e agentes de IA estão intermediando nossa leitura e monetização, reduzindo drasticamente o papel dos navegadores e buscas tradicionais. O ciclo tradicional “busca > clique > visita” está sendo substituído por “pergunta > resposta direta”, cortando editores e criadores de conteúdo da cadeia de valor.
O Paradoxo da Adoção Positiva
Mas aqui está onde a história fica interessante. Enquanto a infraestrutura da web enfrenta essa crise existencial, uma pesquisa da plataforma Emy Education revelou que nove em cada dez jovens afirmam que a IA ajuda a reduzir o estresse em períodos de estudo intensos.
Mais de 500 jovens entre 16 e 24 anos foram ouvidos, e 96% utilizaram IA nos últimos seis meses para aprender algo novo. Para 86,8% dos respondentes, a IA deve funcionar como ferramenta de apoio e fornecedora de respostas rápidas.
É fascinante observar como estudantes estão usando IA para se preparar para o Enem 2025, criando resumos personalizados, elaborando questões no estilo do exame, e até mesmo recebendo correções estruturadas de redações. A tecnologia que está sufocando a web tradicional está, simultaneamente, democratizando o acesso à educação personalizada.
A Institucionalização Responsável
Enquanto o setor privado navega nessas águas turbulentas, instituições públicas brasileiras estão adotando abordagens impressionantemente maduras. O CNJ lançou um curso sobre IA generativa para magistrados e servidores, parte do Programa Justiça 4.0, focando no uso seguro e padronizado da tecnologia.
O INPI foi ainda mais longe, institucionalizando o uso de IA através de três documentos normativos que regulamentam o emprego das ferramentas, definindo o servidor como decisor final e estipulando princípios como transparência e conformidade com a LGPD.
Em meu trabalho com startups e ecossistemas de inovação, sempre defendi que a regulamentação inteligente precede a adoção sustentável. O que vemos no Brasil é exatamente isso: instituições públicas liderando pelo exemplo em governança responsável de IA.
O Exemplo Radical da Albânia
Falando em governança, a Albânia deu um passo que muitos considerariam radical: nomeou um bot de IA chamado Diella como “ministra” virtual responsável pela administração de contratos públicos, com o objetivo de tornar as licitações 100% livres de corrupção.
Embora controversa, essa iniciativa levanta uma questão fundamental: até que ponto estamos dispostos a confiar decisões críticas à IA? A Albânia está apostando que a transparência algorítmica pode superar a corrupção humana.
A Estratégia Corporativa da Microsoft
A Microsoft tomou uma decisão estratégica significativa em julho de 2025: demitiu cerca de 9 mil funcionários na área de vendas tradicionais para contratar profissionais especializados em soluções de IA. A mudança busca eliminar camadas burocráticas e posicionar a empresa como líder em IA, com atendimento direto por especialistas técnicos.
Esse movimento me faz refletir sobre algo que tenho discutido em minhas palestras sobre o futuro do trabalho: não se trata apenas de IA substituindo humanos, mas de humanos especializados em IA substituindo humanos generalistas. A Microsoft está apostando que o valor futuro está na expertise técnica em IA, não na venda tradicional.
O Dilema da Cognição Humana
Um artigo do Nexo Jornal levanta uma preocupação crucial: como usar IA sem perder nosso poder de raciocínio? Com 67% das organizações globais utilizando LLMs, observa-se que a facilidade de acesso à informação pode levar à erosão da memória, declínio da capacidade de raciocínio e diminuição da “fricção cognitiva”.
É aqui que entra a sabedoria do livro “Cointeligência”, do professor Ethan Mollick, que defende quatro regras fundamentais: convidar a IA a participar, manter o papel humano no processo, definir claramente a “persona” da IA, e preparar-se para rápidas evoluções tecnológicas.
Em minha experiência acelerando mais de 10 mil startups, sempre enfatizei que as melhores ferramentas são aquelas que amplificam nossa capacidade humana, não as que a substituem completamente.
Três Cenários Para o Futuro
Analisando esses desenvolvimentos paralelos, vejo três cenários possíveis para os próximos 18 meses:
Cenário 1: A Regulamentação Salva a Web Aberta
Iniciativas como a proposta da Cloudflare para um modelo pay-per-crawl ganham tração global. Grandes empresas de IA são obrigadas a licenciar e pagar pelo acesso a conteúdos, criando um novo modelo econômico sustentável para editores e criadores.
Neste cenário, vemos o ressurgimento de uma web mais justa, onde criadores de conteúdo são compensados adequadamente pelo valor que geram para os modelos de IA.
Cenário 2: A Bifurcação Digital
A internet se divide em duas camadas: uma “internet artificial” dominada por agentes automatizados e answer engines, e uma “internet humana” de nichos pagos e comunidades fechadas.
Editores e criadores migram para plataformas pagas ou sistemas fechados, enquanto a web aberta se torna predominantemente artificial. É um cenário de especialização extrema.
Cenário 3: A Coevolução Inteligente
Desenvolvemos sistemas sofisticados de “cointeligência” onde IA e humanos colaboram de forma simbiótica. Bots se tornam mais especializados e respeitosos, enquanto humanos se tornam mais estratégicos no uso da IA.
Este é o cenário que considero mais provável e desejável, baseado no que observo em iniciativas como a do INPI e CNJ no Brasil.
O Que Isso Significa Para Empreendedores e Líderes
Se você lidera uma startup, empresa ou organização, este momento exige três ações imediatas:
أولاً, desenvolva uma estratégia clara de IA que vá além do hype. Como mostrou a experiência da Microsoft, o futuro pertence a quem combina expertise técnica com visão estratégica.
ثانية, invista em governança responsável desde o início. As instituições brasileiras estão mostrando que é possível adotar IA de forma ética e transparente – não há desculpa para não fazer o mesmo no setor privado.
ثالث, prepare sua equipe para a cointeligência. Não se trata de substituir humanos por IA, mas de capacitar humanos a trabalhar com IA de forma produtiva e crítica.
A Oportunidade Brasileira
O Brasil tem uma oportunidade única neste momento. Enquanto outros países lutam com os efeitos colaterais da adoção acelerada de IA, nossas instituições estão desenvolvendo marcos regulatórios e práticas de governança que podem ser exportadas globalmente.
Vejo isso como uma janela estratégica para o país se posicionar como líder em IA responsável e governança tecnológica. Em meu trabalho mentoring startups e lideranças, sempre enfatizo que os momentos de transição criam as maiores oportunidades para quem está preparado.
O Momento de Agir
Estamos vivendo um daqueles momentos históricos onde múltiplas forças convergem para criar uma nova realidade. A “morte” da internet aberta não é inevitável, mas exige ação coordenada de reguladores, empresas e sociedade civil.
Ao mesmo tempo, a adoção positiva da IA por jovens brasileiros e instituições públicas mostra que é possível navegar esta transformação de forma inteligente e inclusiva.
A questão não é se a IA vai transformar nossa relação com a informação e o conhecimento – isso já está acontecendo. A questão é se vamos participar ativamente desta transformação ou simplesmente reagir às suas consequências.
No meu mentoring com lideranças e startups, ajudo a desenvolver estratégias práticas para aproveitar as oportunidades da IA enquanto construímos salvaguardas contra seus riscos. Porque no final das contas, o futuro da web aberta depende das escolhas que fazemos hoje.
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