Indústria Brasileira Cresce 163% em IA Enquanto Trends Virais Democratizam Criação — Por Que Este Momento Define a Maturidade da Inteligência Artificial
September 25, 2025 | by Matos AI

Enquanto o Brasil vive uma explosão de trends virais de IA — desde fotos Polaroid com ídolos até imagens de estúdio hiper-realistas —, os dados do IBGE revelam algo muito mais profundo: a indústria brasileira mais que dobrou o uso de inteligência artificial em apenas dois anos, saltando de 16,9% para 41,9% das empresas.
Esse crescimento de 163% não é apenas um número. É a evidência de que estamos saindo da fase experimental e entrando na era da aplicação estratégica da IA no Brasil.
O Paradoxo da Maturidade: Entre Viral e Estratégico
Existe algo fascinante acontecendo neste momento. Enquanto as redes sociais explodem com people criando fotos Polaroid com seus artistas favoritos usando o Gemini e tutoriais sobre como fazer imagens de estúdio com IA generativa, a indústria brasileira está discretamente construindo uma base sólida de adoção tecnológica.
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According to Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec) do IBGE, o número de empresas industriais que utilizam IA saltou de 1.619 em 2022 para 4.261 em 2024. Mais revelador ainda: 87,9% dessas empresas aplicam IA em áreas administrativas e 75,2% em operações comerciais.
Em minha experiência trabalhando com empresas nos últimos anos, observo que essa distribuição reflete exatamente o que chamo de “estratégia do pragmatismo inteligente”. Não estamos mais na era das POCs (provas de conceito) intermináveis. Estamos na era da implementação focada em resultados mensuráveis.
Democratização vs. Profissionalização: Dois Movimentos Simultâneos
A democratização das ferramentas de IA está acontecendo em paralelo à sua profissionalização. Enquanto qualquer pessoa pode agora criar conteúdo visual impressionante com comandos simples no Gemini 2.5 Flash Image, empresas como a Phia, startup de moda fundada por Phoebe Gates, estão levantando US$ 8 milhões para construir agentes de IA que revolucionam completamente setores inteiros.
Esse duplo movimento não é contraditório. Na verdade, é complementar e define o momento de maturidade que estamos vivendo.
De um lado, temos a camada de acesso universal — ferramentas que permitem que qualquer pessoa experimente e se familiarize com IA. Do outro, temos a camada de aplicação estratégica — onde empresas investem em soluções especializadas que geram valor real e sustentável.
Os Setores Que Lideram a Transformação
Os dados do IBGE revelam padrões interessantes sobre quem está na linha de frente da adoção:
- 72,3% das empresas de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos já usam IA
- 59,3% das empresas de máquinas e materiais elétricos
- 58% das empresas de produtos químicos
Não é coincidência que esses sejam setores intensivos em dados e processos complexos. São exatamente as áreas onde a IA pode gerar o maior impacto imediato.
Microsoft Aposta No Futuro Autônomo Enquanto Diversifica Parcerias
Enquanto isso, no cenário global, a Microsoft está fazendo movimentos estratégicos que indicam para onde estamos caminhando. A empresa planeja transformar o navegador Edge em um assistente digital autônomo capaz de executar tarefas completas em nome do usuário.
Paralelamente, a Microsoft está integrando modelos da Anthropic ao Copilot, sinalizando uma estratégia de diversificação que reduz a dependência da OpenAI.
Essa movimentação revela algo crucial: estamos saindo da era da dependência de um fornecedor único para a era da orquestração inteligente de múltiplas tecnologias.
O Alerta Necessário: Quando a Indústria “Não Se Importa Com Nada Além de Si Mesma”
Mas nem tudo são flores. A jornalista Karen Hao, em entrevista ao Intercept Brasil, oferece uma perspectiva crítica fundamental: “A indústria de IA não se importa com nada além de si mesma”.
Hao alerta que a busca pela AGI (Inteligência Artificial Geral) mobiliza recursos bilionários enquanto reproduz padrões de exploração colonial, especialmente no Sul Global. Para o Brasil, ela propõe um modelo alternativo: sistemas menores, locais e focados em necessidades específicas, com soberania tecnológica.
Esse alerta é especialmente relevante quando observamos os desafios apontados pela pesquisa do IBGE: 78,6% das empresas citam altos custos como obstáculo e 54,2% mencionam falta de pessoal qualificado.
A Necessidade de Infraestrutura e Soberania de Dados
The discussion about infraestrutura e soberania de dados nos municípios brasileiros conecta diretamente com essa questão. Ronaldo Lemos, do ITS, enfatiza a importância de uma “trajetória sólida de transformação digital, sem pular etapas”.
O governo federal lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), com investimento previsto de R$ 23 bilhões. Mas como garantir que esse investimento gere resultados práticos e não apenas hype tecnológico?
A Resposta Está na Estratégia, Não na Tecnologia
Em minha experiência com empresas de diversos setores, aprendi que o sucesso na implementação de IA não depende da tecnologia mais avançada, mas da estratégia mais bem estruturada.
As empresas que estão obtendo resultados reais seguem alguns padrões:
- Começam pequeno e escalável: Implementam IA em processos bem definidos antes de expandir
- Investem em capacitação: Formam equipes internas capazes de orquestrar soluções
- Mantêm foco em ROI: Medem impacto em métricas de negócio, não métricas técnicas
- Constroem governança de dados: Criam estruturas para gerenciar qualidade e privacidade
O Momento da Criatividade Estratégica
Existe algo poético no fato de que, enquanto debatemos os aspectos mais sérios da IA, uma designer de moda está usando as “alucinações” da IA como força criativa. Norma Kamali celebra a imprevisibilidade da tecnologia como fonte de inspiração única.
Isso me lembra que, por trás de todas as métricas e estratégias, a IA ainda é, fundamentalmente, uma ferramenta de amplificação da criatividade humana.
Quando vejo jovens criando fotos impossíveis com seus ídolos ou empresários reinventando processos industriais centenários, percebo que estamos vivendo um momento único: a democratização da capacidade de imaginar e materializar o impossível.
O Futuro É Híbrido, Estratégico e Inclusivo
Os números da indústria brasileira, combinados com a explosão de ferramentas acessíveis, pintam um cenário claro: não estamos mais na fase de adoção precoce da IA. Estamos na fase de maturidade estratégica.
Isso significa que as empresas que ainda não começaram sua jornada com IA não perderam o trem. Na verdade, podem se beneficiar das lições aprendidas pelos pioneiros e implementar soluções mais maduras e testadas.
Mas também significa que não há mais tempo para experimentação sem propósito. O mercado está cobrando resultados reais, impacto mensurável e retorno sobre investimento.
A Oportunidade Brasileira
O Brasil tem uma oportunidade única neste momento. Somos um mercado grande o suficiente para atrair investimento e inovação global, mas ainda flexível o suficiente para moldar nossa própria trajetória tecnológica.
Os R$ 23 bilhões do PBIA podem ser o catalisador de uma indústria nacional de IA focada em resolver problemas brasileiros com soluções brasileiras. Mas isso exige liderança, estratégia e, principalmente, uma visão de longo prazo que vá além do hype.
Como nos lembra o comparativo entre Gemini e Copilot publicado pelo Estadão, a escolha da ferramenta certa depende das necessidades específicas de cada contexto. O mesmo vale para nossa estratégia nacional de IA.
Estamos num momento de definição. As escolhas que fizermos agora — sobre infraestrutura, governança, capacitação e soberania tecnológica — determinarão se seremos protagonistas ou meros consumidores na economia da inteligência artificial.
No meu trabalho de mentoring com executivos e empresas, tenho ajudado organizações a navegar exatamente esse momento de transição — identificando oportunidades reais de aplicação de IA, estruturando estratégias de implementação e construindo capacidades internas para sustentar a transformação. Se sua empresa está enfrentando esses desafios, convido você a conhecer meus programas de consultoria e mentoramento em IA estratégica.
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