Felipe Matos Blog

Time Elege ‘Arquitetos da IA’ Pessoa do Ano Enquanto Disney Investe US$ 1 Bilhão — Por Que Estas 24 Horas Revelam a Virada Definitiva da Inteligência Artificial Para o Mainstream

December 12, 2025 | by Matos AI

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As últimas 24 horas trouxeram um marco definitivo para a inteligência artificial: pela primeira vez, a revista Time elegeu não uma pessoa, mas um grupo de líderes tecnológicos como Pessoa do Ano de 2025. Jensen Huang (Nvidia), Sam Altman (OpenAI), Mark Zuckerberg (Meta), Elon Musk (xAI) e outros “arquitetos da IA” receberam o reconhecimento que, segundo a própria Time, coloca a tecnologia como “a ferramenta mais relevante na competição entre grandes potências desde o advento das armas nucleares”.

No mesmo dia, a Disney anunciou um investimento de US$ 1 bilhão na OpenAI, licenciando mais de 200 personagens icônicos (Mickey, Marvel, Star Wars, Pixar) para criação de vídeos por IA a partir de 2026. E, para adicionar mais complexidade ao cenário, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a implementar IA generativa em todo seu sistema educacional, usando o Grok de Elon Musk para mais de um milhão de estudantes.

Enquanto isso, no mercado financeiro, a Oracle despencou 12,8% após anunciar investimentos de US$ 15 bilhões em infraestrutura de IA, reacendendo temores de uma “bolha” no setor. E no Brasil, descobrimos que 50 milhões de brasileiros já usam IA generativa, embora com uma profunda divisão socioeconômica.


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O que está acontecendo? Por que estas 24 horas são tão reveladoras? E o que isso significa para empresas, profissionais e governos que ainda estão decidindo como se posicionar?

A Consagração dos “Arquitetos”: Quando a IA Deixa de Ser Promessa e Vira Poder Real

Vamos começar pelo reconhecimento da Time. Não é trivial que uma revista centenária, que já elegeu Churchill, Gandhi, Martin Luther King e até Hitler (em contextos históricos críticos), escolha celebrar um grupo de CEOs e cientistas de tecnologia.

O que isso sinaliza?

Primeiro, que a IA já não é mais vista como uma tecnologia experimental. É poder geopolítico, econômico e social consolidado. Quando o editor-chefe Sam Jacobs afirma que “ninguém teve um impacto maior do que os indivíduos que imaginaram, projetaram e construíram a IA”, ele está reconhecendo que estas figuras moldam o presente — não o futuro distante.

Segundo, há uma concentração de poder extraordinária. Jensen Huang previu que a IA fará a economia global saltar de US$ 100 trilhões para US$ 500 trilhões. É um salto de 5x na riqueza mundial. Quem controla essa transição? Um punhado de empresas americanas e chinesas. Quem está ausente? A Europa, em grande medida. A América Latina quase inteiramente.

Terceiro, e talvez mais preocupante, a Time também menciona os riscos: ações judiciais contra a OpenAI por alegações de que o ChatGPT contribuiu para suicídios de jovens, como Adam Raine, e a eliminação massiva de postos de trabalho.

Isso me lembra uma conversa que tive recentemente com um CEO de uma empresa de médio porte no Brasil. Ele me disse: “Felipe, a gente vê essas notícias, mas parece ficção científica. O que eu faço na segunda-feira de manhã?”

A resposta está justamente nestas 24 horas: a ficção científica virou segunda-feira de manhã.

Disney e OpenAI: Quando Hollywood Abraça a IA (e Define as Regras do Jogo)

O acordo da Disney com a OpenAI é histórico por várias razões. Primeiro, obviamente, pelo valor: US$ 1 bilhão em três anos. Mas mais importante que o dinheiro é o que ele representa: a validação definitiva da propriedade intelectual como combustível da IA.

Veja bem: até recentemente, a indústria criativa estava em guerra aberta contra empresas de IA. Artistas, escritores, músicos processavam OpenAI, Midjourney e Google por uso não autorizado de suas obras para treinar modelos. A própria Disney enviou notificação extrajudicial ao Google justamente por isso, acusando violação em larga escala de direitos autorais.

E agora? A Disney faz um acordo bilionário com a OpenAI, licenciando mais de 200 personagens para que fãs criem vídeos usando Sora e ChatGPT. O CEO Bob Iger foi enfático: o acordo prioriza o “uso responsável de IA, que protege a segurança dos usuários e os direitos dos criadores”.

O que mudou?

Simples: Disney percebeu que é melhor ditar as regras do que lutar contra a maré. Em vez de processar para impedir, ela monetiza. Em vez de resistir, ela define os termos. Este movimento é um marco: Hollywood, o epicentro da cultura global, está dizendo “se você quer usar nossos personagens em IA, você paga — e paga bem”.

E aqui está a lição estratégica para qualquer empresa com propriedade intelectual valiosa: não dá para ignorar a IA, mas dá para negociar sua entrada. No meu trabalho com empresas que possuem marcas, patentes ou bases de dados proprietárias, sempre reforço: seu maior ativo não é impedir a IA, é definir como ela usa o que é seu.

A Disney fez exatamente isso. E ganhou US$ 1 bilhão no processo.

O Contraste com o Google: Guerra Jurídica Enquanto Fecha Acordos

Ironicamente, enquanto a Disney assina com a OpenAI, ela acusa o Google de violar direitos autorais ao treinar Gemini, Veo e Imagen com obras protegidas sem autorização.

Isso ilustra perfeitamente a fragmentação do ecossistema de IA: não existe um bloco monolítico de “big techs”. Existem alianças, guerras comerciais, disputas jurídicas e estratégias contraditórias acontecendo simultaneamente.

Para empresas brasileiras observando de fora, a pergunta é: como se posicionar neste tabuleiro? A resposta depende de clareza estratégica sobre seus ativos. Você tem dados únicos? Conhecimento de mercado local? Relacionamento com clientes que gigantes globais não conseguem replicar? Então você tem poder de barganha. Se não tem, precisa construir — rápido.

El Salvador Vira Laboratório Global: A Educação nas Mãos da IA (e de Elon Musk)

Agora vem uma das notícias mais polêmicas: El Salvador, sob o governo de Nayib Bukele, anunciou parceria com a xAI de Elon Musk para implementar o Grok em todas as escolas públicas do país, beneficiando mais de um milhão de estudantes.

Este é o primeiro programa educacional nacional baseado inteiramente em IA generativa no mundo. Não é um piloto. É escala total.

O governo salvadorenho já usa tecnologia da Nvidia em outras áreas e implementou o DoctorSV, um sistema de consulta médica com IA. Agora, leva a aposta para a educação, prometendo aprendizado personalizado para cada aluno.

Parece promissor, certo? Mas há problemas enormes.

Primeiro, o Grok já enfrenta questionamentos internacionais por conteúdos enviesados ou pouco confiáveis, especialmente em temas políticos controversos. Colocar essa tecnologia como base da educação nacional é, no mínimo, arriscado.

Segundo, há a questão da soberania digital. El Salvador está entregando a formação intelectual de sua próxima geração a uma empresa privada americana. Quem educa a IA que educará as crianças? Quais valores estão embutidos nos algoritmos? Quem audita?

Third, dependência tecnológica. Se El Salvador se torna totalmente dependente do Grok e, por qualquer razão (comercial, política, técnica), o sistema falha ou é descontinuado, o que acontece com a educação do país?

Dito isso, El Salvador também está fazendo algo que poucos governos têm coragem de fazer: experimentar em escala. Enquanto a maioria dos países debate infinitamente regulações e pilotos tímidos, Bukele simplesmente implementa. Vai dar certo? Não sabemos. Mas saberemos muito em breve — e o resto do mundo vai aprender com os acertos e erros salvadorenhos.

No meu trabalho com governos e instituições de ensino, sempre reforço: não dá para esperar a solução perfeita. Mas também não dá para agir sem salvaguardas. O caminho é experimentar com responsabilidade: projetos-piloto robustos, avaliação contínua, transparência radical e, crucialmente, capacitação dos educadores.

Oracle Despenca 12,8%: O Fantasma da “Bolha da IA” Volta a Assombrar Wall Street

Enquanto Disney e El Salvador apostam bilhões em IA, o mercado financeiro deu um sinal de alerta. A Oracle, gigante de infraestrutura de dados despencou 12,8% após anunciar que aumentará investimentos em capital em US$ 15 bilhões para 2026, destinados principalmente à infraestrutura de IA ligada ao acordo com a OpenAI.

Por que a queda?

Porque os investidores estão vendo uma discrepância crescente entre custos elevadíssimos e lucros que demoram a aparecer. A Oracle está apostando pesado, mas as receitas previstas (US$ 16-18 bilhões no 3T) estão abaixo das estimativas de analistas (19,4%).

Analistas do Bank of America foram diretos: há um “problema na curva de investimentos”. Ou seja, as empresas estão gastando absurdamente em IA, mas o retorno esperado está demorando. Isso levanta a pergunta que ninguém quer fazer em voz alta: estamos em uma bolha?

Eu não acho que seja uma bolha no sentido clássico. A IA funciona. Ela gera valor real. O problema é a velocidade e escala do investimento versus a maturidade do mercado. É como construir uma superestrada de 10 pistas quando ainda não existe uma cidade grande conectada a ela.

Isso não significa que a IA é uma fraude. Significa que o timing e a estratégia de investimento são críticos. Empresas que gastam bilhões sem casos de uso claros e geração de receita rápida vão sofrer. Empresas que investem com foco em aplicações específicas, mensuráveis e escaláveis vão prosperar.

No meu trabalho de consultoria e nos meus cursos imersivos, sempre enfatizo: IA não é sobre gastar mais, é sobre gastar melhor. Comece pequeno, mensure impacto, escale o que funciona. Essa é a diferença entre inovação e desperdício.

50 Milhões de Brasileiros Usam IA — Mas a Desigualdade é Brutal

Agora vamos olhar para casa. A pesquisa TIC Domicílios 2025 revelou que 32% dos usuários de internet no Brasil — cerca de 50 milhões de pessoas — já usaram IA generativa.

Isso é impressionante. Brasil está no topo global de adoção de tecnologias emergentes. Mas aqui está o problema: 69% dos usuários da classe A usaram IA, contra apenas 16% das classes D e E.

Essa desigualdade não é só sobre acesso à internet. É sobre letramento digital, contexto educacional e capacidade de aproveitar a ferramenta. Um estudante da classe A usando IA para pesquisas escolares tem vantagens que se acumulam. Um estudante da classe D sem acesso fica ainda mais para trás.

Fábio Storino, coordenador da pesquisa, foi direto: essa diferença no acesso pode aprofundar desigualdades, especialmente se a IA for usada para estudo. E 53% dos usuários citaram pesquisa escolar/faculdade como motivo de uso.

Aqui está o paradoxo: a IA tem potencial enorme para democratizar conhecimento — um tutor personalizado para cada aluno, independentemente de onde ele mora. Mas se o acesso é desigual, ela amplia a exclusão.

O que fazer?

Políticas públicas de conectividade e educação digital são essenciais, claro. Mas também precisamos de iniciativas da sociedade civil, empresas e instituições de ensino. Projetos que levem IA acessível (interfaces simples, conteúdo em português, casos de uso relevantes) para comunidades vulneráveis.

No meu trabalho com startups de impacto social, vejo isso acontecendo em escala pequena. Precisamos ampliar. E rápido.

63% dos Brasileiros Usam IA Para Escrever Mensagens Pessoais: Estamos Terceirizando Nosso Pensamento?

Outro dado impressionante: pesquisa da Página 3 revelou que 63% dos brasileiros já usaram IA para escrever mensagens pessoais, e 49% preferem consultá-la a pessoas para tomar decisões.

O título da pesquisa é provocador: “Mais do Mesmo”. A tese é que a IA está levando à homogeneização de comportamentos e à perda de autenticidade. E 63% dos entrevistados concordam que as pessoas eram mais autênticas no passado.

Isso me faz pensar: estamos usando IA como muleta cognitiva? Estamos terceirizando o esforço de pensar, sentir e nos expressar?

Há dois lados aqui. Por um lado, é verdade que delegar demais para a IA pode atrofiar habilidades essenciais. Se você sempre pede para o ChatGPT escrever suas mensagens, eventualmente você perde a capacidade de articular pensamentos complexos sozinho.

On the other hand, ferramentas sempre moldaram nosso pensamento. A escrita mudou como pensamos. A calculadora mudou como fazemos matemática. O GPS mudou como navegamos. A IA está fazendo o mesmo — mas em escala e velocidade muito maiores.

A questão não é se a IA vai mudar como pensamos. Ela já está mudando. A questão é: queremos que essa mudança seja consciente ou passiva?

No meu trabalho de mentoring com executivos e líderes, sempre falo: use IA como amplificador, não substituto. Use-a para escrever um rascunho, mas revise e adicione sua voz. Use-a para pesquisar, mas tire suas próprias conclusões. Use-a para automatizar o repetitivo, mas invista tempo no estratégico e criativo.

A autenticidade não desaparece porque usamos ferramentas. Desaparece quando paramos de exercer nosso julgamento.

James Cameron Jura Não Substituir Atores — Mas Será Que Hollywood Segue Seu Exemplo?

Em meio a toda essa turbulência, uma voz de resistência: James Cameron reiterou que não usará IA generativa para substituir atores nos filmes de Avatar, mantendo seu compromisso com a captura de movimento humana.

Cameron é a favor de usar IA para otimizar fluxo de trabalho, mas não no processo criativo. Ele explora, justamente, temas humanos como empatia e autodestruição.

Isso levanta uma questão filosófica fundamental: qual é o papel da IA na arte?

Eu tendo a concordar com Cameron. Arte é, essencialmente, expressão da condição humana. Se automatizamos completamente a criação, o que estamos expressando? A eficiência algorítmica?

Mas há nuances. IA pode ser ferramenta criativa nas mãos de um artista humano. Da mesma forma que um pincel não diminui o mérito de um quadro, uma IA bem usada pode amplificar a visão de um diretor, músico ou escritor.

O problema é quando a IA substitui intenção humana. Quando o algoritmo decide o roteiro, os diálogos, as emoções. Aí perdemos algo essencial.

Hollywood está neste dilema. Disney abraça IA (com acordos bilionários), mas Cameron resiste. Quem está certo? Talvez ambos. Talvez a resposta seja contexto e propósito. IA para efeitos visuais? Ótimo. IA para substituir a performance de um ator que traz décadas de experiência humana? Questionável.

Meta Muda de Estratégia: Do “Open Source” Para Modelos Fechados

E tem mais. A Meta, de Mark Zuckerberg, mudou radicalmente sua estratégia de IA. Após o fracasso do Llama 4 aberto, ela redirecionou foco para modelos fechados, como o projeto ‘Avocado’, sob a liderança de Alexandr Wang, defensor de IAs proprietárias.

Isso representa um afastamento gigantesco da estratégia open source que Zuckerberg defendia como forma de competir com China e EUA. A Meta está investindo US$ 600 bilhões em infraestrutura, mas o foco em ‘superinteligência’ gerou preocupações entre investidores e reguladores.

Internamente, há tensão. Yann LeCun, figura histórica da IA na Meta, se desligou recentemente por não se alinhar mais à estratégia corporativa.

O que isso significa?

Significa que até as big techs estão recalibrando suas apostas. Open source parecia o caminho. Agora, com a monetização pressionando, modelos fechados voltam à mesa.

Para startups e empresas menores, isso é preocupante. Modelos abertos como Llama eram oportunidade de competir sem depender 100% de APIs pagas. Se a tendência for fechamento, o ecossistema fica mais concentrado.

Mas também há uma lição estratégica: open source não é caridade. É estratégia de mercado. Meta abriu o Llama para criar ecossistema, dificultar concorrentes e posicionar-se como líder. Quando essa estratégia não gerou retorno esperado, ela mudou.

Empresas precisam entender: dependência tecnológica é risco estratégico. Diversificar fornecedores, investir em capacidade interna e participar de comunidades open source (quando possível) são formas de mitigar esse risco.

O Que Estas 24 Horas Nos Ensinam: IA Saiu do Laboratório e Entrou na Sala de Reunião

Vamos recapitular o que aconteceu em menos de 24 horas:

  • Time consagra os “arquitetos da IA” como Pessoa do Ano, sinalizando que a tecnologia é poder geopolítico consolidado.
  • Disney investe US$ 1 bilhão na OpenAI, validando propriedade intelectual como combustível da IA e ditando as regras do jogo.
  • El Salvador implementa IA generativa em escala nacional na educação, virando laboratório global (com todos os riscos que isso implica).
  • Oracle despenca 12,8%, reacendendo temores de bolha e mostrando que investimentos gigantescos sem retorno claro assustam o mercado.
  • 50 milhões de brasileiros usam IA, mas com desigualdade brutal que ameaça ampliar exclusão.
  • 63% dos brasileiros delegam escrita de mensagens pessoais para IA, levantando questões sobre autenticidade e terceirização cognitiva.
  • Goal abandona open source e aposta em modelos fechados, concentrando poder e aumentando dependência.

O que tudo isso significa?

Significa que IA saiu definitivamente do laboratório e entrou na sala de reunião, na sala de aula, na sala de estar. Não é mais experimento. É realidade operacional.

E essa realidade tem contradições profundas:

  • Concentração de poder versus democratização de acesso.
  • Investimentos bilionários versus temores de bolha.
  • Adoção massiva versus desigualdade brutal.
  • Promessas de personalização versus homogeneização de comportamentos.
  • Inovação disruptiva versus dependência tecnológica.

Para empresas, a pergunta não é mais “devo usar IA?”. É “como uso IA de forma estratégica, mensurável e sustentável?“.

Para governos, a pergunta não é mais “devo regular IA?”. É “como regulo sem sufocar inovação, mas também sem permitir abusos e exclusão?“.

Para profissionais, a pergunta não é mais “a IA vai substituir meu emprego?”. É “como me posiciono como alguém que usa IA como amplificador, não como substituto?“.

O Caminho à Frente: Inteligência Artificial Responsável, Estratégica e Inclusiva

No meu trabalho diário com empresas, governos e startups, vejo três desafios fundamentais que estas 24 horas reforçaram:

1. Clareza Estratégica

Muitas organizações estão investindo em IA porque “todo mundo está investindo”. Isso é receita para desperdício. A Oracle caiu 12,8% justamente por isso: investimento sem clareza de retorno.

O caminho certo é começar com perguntas simples: qual problema específico estou resolvendo? Como mensuro sucesso? Qual o custo-benefício realista? IA não é bala de prata. É ferramenta que precisa de propósito claro.

2. Responsabilidade e Governança

A Disney foi esperta ao enfatizar “uso responsável de IA, que protege a segurança dos usuários e os direitos dos criadores”. El Salvador deveria ter feito o mesmo antes de entregar a educação nacional ao Grok.

Governança não é entrave. É proteção. Empresas que investem em IA sem pensar em viés, transparência, privacidade e impacto social vão enfrentar crises. Já estamos vendo isso com ações judiciais contra a OpenAI.

3. Inclusão e Capacitação

50 milhões de brasileiros usam IA. Ótimo. Mas a desigualdade é brutal. Democratizar acesso não é só tecnologia, é educação. É capacitar pessoas a usar IA de forma crítica, criativa e ética.

Isso vale para empresas também. Não adianta implantar IA se sua equipe não sabe usar. O Fórum Econômico Mundial prevê 170 milhões de novas funções até 2030, mas 95% dos projetos-piloto falham por falha na experiência humana, segundo o MIT.

Capacitação é o elo perdido. E é urgente.

Conclusão: O Momento Mais Estratégico da IA é Agora — e Você Precisa Decidir Como Se Posicionar

Estas 24 horas não foram apenas mais um dia de notícias sobre tecnologia. Foram o marco definitivo de que a inteligência artificial saiu da promessa e entrou no mainstream.

Quando a Time elege os “arquitetos da IA” como Pessoa do Ano, ela está dizendo: essas pessoas moldam o presente. Quando a Disney investe US$ 1 bilhão, ela está dizendo: IA é produto comercial validado. Quando El Salvador coloca IA na educação nacional, está dizendo: IA é política pública. Quando 50 milhões de brasileiros usam IA, estamos dizendo: IA é cotidiano.

Mas também estamos vendo as contradições: bolhas financeiras, desigualdade brutal, terceirização cognitiva, dependência tecnológica, concentração de poder.

O momento mais estratégico da IA não é quando todos dominarem a tecnologia. É now, quando ainda dá tempo de construir bases sólidas: estratégia clara, governança robusta, inclusão genuína, capacitação massiva.

Empresas que fizerem isso vão prosperar. As que apenas seguirem a onda vão quebrar (como a Oracle mostrou). Governos que regularem com inteligência vão proteger cidadãos sem sufocar inovação. Os que regularem por pânico ou omissão vão criar desertos tecnológicos.

E profissionais? Os que aprenderem a usar IA como amplificador de criatividade, empatia e pensamento crítico serão indispensáveis. Os que delegarem tudo para a IA se tornarão redundantes.

No meu mentoring e nos meus cursos imersivos, ajudo executivos, empresas e instituições a navegar exatamente essas questões: como investir em IA com clareza estratégica, como implantar governança sem burocracia paralisante, como capacitar equipes para o mundo pós-IA.

Porque, no fim das contas, a IA não define nosso futuro. Nossas escolhas diante da IA é que definem.

E estas 24 horas deixaram muito claro: já não dá mais para adiar essa escolha.


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