Felipe Matos Blog

Das Ruas do ABC à Liderança Mundial em IA — Por Que Esta História Revela o Verdadeiro Potencial Transformador da Inteligência Artificial

August 16, 2025 | by Matos AI

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Uma história me chamou atenção entre todas as notícias de IA das últimas 24 horas: Evandro Barros, de 48 anos, que viveu nas ruas da região do ABC paulista, hoje é reconhecido pela revista americana Technology Innovators como um dos 50 maiores líderes mundiais em inteligência artificial. Fundou a Data H, incubadora que se transformou em escola de IA, e suas startups já desenvolvem robôs autônomos para o iFood e algoritmos para diagnóstico médico.

Essa trajetória não é apenas inspiradora — ela ilustra perfeitamente o poder democratizador da IA quando combinado com educação, determinação e ecossistemas que apoiam a inovação. Mas as últimas 24 horas também trouxeram notícias preocupantes que nos obrigam a refletir: estamos aproveitando esse potencial de forma ética e sustentável?

O Paradoxo dos Bilhões: Muito Investimento, Poucos Resultados

Enquanto celebramos histórias como a de Evandro Barros, o mercado corporativo enfrenta uma realidade contrastante. Segundo reportagem d’O Globo, empresas estão investindo US$ 61,9 bilhões globalmente em IA generativa para 2025, com crescimento de 94%. O paradoxo? Quase 80% das companhias usam IA, mas poucas percebem impacto financeiro significativo.


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A McKinsey identificou esse fenômeno como o “paradoxo da IA generativa”. É como plantar sementes em solo fértil, mas não saber ainda quando — ou se — os frutos aparecerão. Analistas da Gartner preveem que estamos entrando no “vale da desilusão”, aquela fase onde o entusiasmo inicial dá lugar à frustração antes da verdadeira consolidação.

Isso me lembra dos primeiros anos da internet comercial no Brasil. Lembro de empresas que investiram pesado em sites nos anos 90, sem ver retorno imediato. Algumas desistiram. Outras persistiram e se tornaram gigantes do e-commerce. A diferença? Entender que transformação tecnológica profunda leva tempo para amadurecer.

Quando a IA Cruza Linhas Éticas Inaceitáveis

Mas nem toda notícia permite otimismo. A revelação da Reuters sobre a Meta é profundamente perturbadora: documentos internos da empresa mostraram que suas políticas permitiam que assistentes de IA “envolvessem uma criança em conversas românticas ou sensuais”.

O documento de mais de 200 páginas, aprovado pelas equipes jurídica, de políticas públicas e engenharia da Meta, também autorizava a IA a criar declarações racistas e imagens de violência envolvendo crianças. Após a exposição, a Meta admitiu os erros e removeu essas diretrizes, mas o estrago estava feito.

Essa situação exemplifica por que precisamos urgentemente de marcos regulatórios sólidos. Não se trata de frear a inovação, mas de garantir que ela sirva à humanidade, não contra ela. Como alguém que trabalhou com milhares de startups, sei que a pressão por crescimento rápido pode levar a atalhos perigosos. Mas quando se trata de proteger crianças, não há atalho aceitável.

O Talento Fugindo para Onde a Missão Faz Sentido

Talvez não seja coincidência que a Meta esteja enfrentando uma grave crise de retenção de talentos em IA. Segundo a Forbes Brazil, pesquisadores e engenheiros estão saindo para OpenAI, Anthropic e Google, mesmo com Zuckerberg oferecendo pacotes bilionários.

A taxa de retenção da Meta ficou em apenas 64%, enquanto concorrentes mantêm até 80% dos talentos. O que isso nos ensina? Profissionais de alta performance querem mais que dinheiro — querem propósito. Querem trabalhar em ambientes onde suas criações genuinamente melhorem o mundo, não onde políticas internas permitam interações inadequadas com crianças.

Isso reforça algo que sempre defendi: ecossistemas saudáveis de inovação se constroem com valores claros, não apenas com capital. O Brasil tem uma oportunidade única de liderar pelo exemplo, criando empresas de IA que coloquem ética e impacto social no centro de suas operações.

Brasil na Vanguarda: Inteligência Aumentada em Destaque

E falando em liderança brasileira, temos motivos para otimismo. O Cortex Summit 2025, maior evento de IA para negócios do Brasil, acontece em 2 de setembro em São Paulo com foco em “Inteligência Aumentada” — conceito que vai além da IA generativa popular.

A Inteligência Aumentada foca na ampliação das capacidades humanas através de agentes inteligentes autônomos que automatizam processos complexos, liberando nosso capital humano para criatividade e estratégia. É exatamente a abordagem que defendo: IA como potencializadora do humano, não substituta.

Com palestrantes do Google, Amazon, McDonald’s e empresas latino-americanas, o evento reflete a maturidade crescente do mercado brasileiro. Não estamos apenas consumindo IA desenvolvida lá fora — estamos criando conceitos próprios e liderando discussões globais.

A Urgência da Regulamentação Responsável

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, especialistas debateram impactos da IA nos direitos humanos. O PL 2338/23, que regula a IA no Brasil, está em análise após aprovação no Senado.

Os alertas são sérios: o Fórum Econômico Mundial prevê que 40% das empresas planejam cortes via IA, afetando direitos trabalhistas. Problemas como deep fakes hiper-realistas já atingem autoridades e jornalistas brasileiros. Há viéses políticos, raciais e de gênero em sistemas mal supervisionados.

Como a futurista Amy Webb destacou na Rio Innovation Week: “Quanto mais complexa a IA se tornar, mais iremos confiar nela”. Isso torna crucial que construamos essa confiança sobre bases sólidas de transparência, ética e inclusão.

IA Como Ferramenta de Empregabilidade

Mas nem tudo são desafios. Uma pesquisa da Robert Half revelou que 57% dos profissionais brasileiros já usam IA para melhorar suas chances em processos seletivos. Estão adaptando currículos, simulando entrevistas, identificando palavras-chave relevantes.

O mais interessante: apenas 1% manifestou preocupação com obsolescência profissional. Isso mostra maturidade do mercado brasileiro em entender a IA como ferramenta complementar, não ameaça. É exatamente a mentalidade que precisamos cultivar.

Lições de Quem Saiu das Ruas para Liderar o Mundo

Voltando à história de Evandro Barros, que elementos de sua trajetória podemos aplicar ao desenvolvimento do ecossistema brasileiro de IA?

First: educação como grande equalizar. Barros destaca que sua transformação começou com acesso ao conhecimento. No Brasil, iniciativas como os grupos de WhatsApp que mantenho (“IA Para Negócios” e “Criadores de IA”) democratizam esse acesso.

Second: colaboração internacional inteligente. Ele reside no Canadá, aproveitando ecossistemas mais maduros, mas mantém operações no Brasil. É a globalização inteligente: aprender globalmente, impactar localmente.

Third: foco em aplicações práticas que resolvem problemas reais. Seus robôs autônomos otimizam entregas; seus algoritmos ajudam no diagnóstico de endometriose. IA com propósito, não apenas por modismo.

O Futuro que Estamos Construindo Hoje

As últimas 24 horas nos ofereceram uma síntese perfeita do momento que vivemos: histórias inspiradoras de transformação pessoal através da IA, junto com alertas sérios sobre riscos éticos e a necessidade urgente de regulamentação responsável.

O paradoxo dos investimentos bilionários sem retorno imediato nos lembra que transformação profunda leva tempo. A crise de talentos na Meta mostra que profissionais querem trabalhar com propósito. O crescimento do mercado brasileiro de IA prova que temos condições de ser protagonistas, não apenas espectadores.

Mas a revelação sobre políticas que permitiam interações inadequadas com crianças nos lembra que inovação sem ética é perigosa. Precisamos de marcos regulatórios que protejam os mais vulneráveis sem frear a inovação.

A história de Evandro Barros nos ensina que a IA pode ser verdadeiramente democratizadora quando combinada com educação, determinação e ecossistemas de apoio. Não importa de onde você vem — importa para onde está indo e como pode usar a tecnologia para chegar lá.

No meu trabalho de mentoring com startups e empresas, vejo constantemente o potencial transformador da IA quando aplicada com propósito claro e valores sólidos. Se você está construindo algo nessa área ou quer entender melhor como posicionar sua empresa neste cenário, vamos conversar. O futuro da IA brasileira está sendo escrito agora — e há espaço para muito mais histórias inspiradoras como a de Evandro.


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