Felipe Matos Blog

DeepSeek Fica 30x Mais Barata que ChatGPT Enquanto Stanford Cria Primeiro Ser Vivo por IA — Por Que Este Paradoxo Entre Inovação Radical e ‘Workslop’ Define o Momento Mais Crítico da Inteligência Artificial

September 30, 2025 | by Matos AI

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Ontem foi um daqueles dias em que olho para as notícias de IA e penso: estamos vivendo o futuro ou criando nossos próprios problemas? Enquanto a chinesa DeepSeek lançou um modelo 30 vezes mais barato que o ChatGPT and pesquisadores de Stanford criaram o primeiro ser vivo com genoma inteiramente projetado por IA, descobrimos também que 40% dos funcionários americanos receberam “workslop” no último mês — trabalho aparentemente competente, mas completamente inútil, gerado por inteligência artificial.

É isso mesmo: no mesmo dia em que celebramos avanços que pareciam ficção científica, enfrentamos a realidade prática de que a IA pode estar criando mais trabalho do que eliminando. E isso me faz refletir sobre onde realmente estamos nesta jornada.

A Revolução dos Preços: DeepSeek Muda o Jogo Global

Vamos começar com o que pode ser a notícia mais disruptiva: a DeepSeek reduziu seus preços em 60% a 70%, tornando seu novo modelo V3.2-Exp de 20 a 30 vezes mais barato que o ChatGPT e o Gemini. Estamos falando de US$ 0,028 por milhão de tokens de entrada, contra os aproximadamente US$ 0,60 a US$ 0,84 dos concorrentes americanos.


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Isso não é apenas uma guerra de preços — é uma democratização radical. Em meu trabalho com startups e empresas, vejo constantemente o custo sendo um dos maiores obstáculos para experimentação e adoção em escala. Quando o preço despenca desta forma, estamos falando de uma mudança de paradigma que pode acelerar a adoção global de forma exponencial.

Mas aqui está o paradoxo: enquanto a tecnologia se torna mais acessível, as preocupações geopolíticas se intensificam. Autoridades americanas acusam a DeepSeek de compartilhar dados com o governo chinês, e a OpenAI sugere que Washington proíba a IA chinesa no país.

Para o Brasil, isso representa uma oportunidade única. Enquanto as superpotências brigam, podemos nos posicionar como um mercado neutro e estratégico, aproveitando o melhor das duas frentes. Não à toa, especialistas defendem que o Brasil construa seu próprio futuro de IA, equilibrando parcerias globais com soberania tecnológica.

O Primeiro Ser Vivo Criado por IA: Fronteiras da Criação

Se os preços da DeepSeek impressionam, o que dizer do primeiro ser vivo com genoma inteiramente projetado por IA? Pesquisadores de Stanford utilizaram modelos treinados em mais de 2 milhões de genomas para criar vírus funcionais — alguns até mais eficientes que suas versões naturais.

“É a primeira vez que sistemas de IA conseguem escrever sequências genômicas completas e funcionais”, disse Brian Hie, biólogo computacional de Stanford. Estamos falando de um marco histórico: aprendemos a ler o DNA, depois a escrevê-lo, e agora a projetá-lo com inteligência artificial.

As implicações são vastas — desde terapias contra infecções resistentes a antibióticos até aplicações que ainda nem conseguimos imaginar. Mas, como sempre, o poder vem acompanhado de responsabilidade. Os próprios pesquisadores alertam para a necessidade de regulação clara, evitando uso indevido e impactos imprevisíveis.

Aqui no Brasil, temos expertise em biotecnologia que pode nos posicionar na vanguarda desta revolução. Instituições como a Fiocruz e universidades federais já trabalham com bioinformática avançada. A questão é: estamos preparados para liderar, ou apenas observar?

Modelos de Mundo: A Corrida pela Superinteligência

About that, os principais grupos de IA apostam em “modelos de mundo” — sistemas capazes de compreender e antecipar dinâmicas ambientais reais. É um passo fundamental para automóveis autônomos, robótica avançada e agentes de IA verdadeiramente autônomos.

E falando em visão de futuro, Alexandr Wang, o prodígio bilionário agora na Meta, fez uma previsão fascinante: o próximo Bill Gates provavelmente tem cerca de 13 anos hoje e já domina programação. “Se você tem cerca de 13 anos, deve dedicar todo o seu tempo à programação. É assim que você deve viver sua vida”, afirmou.

Wang compara o momento atual ao início da revolução dos computadores pessoais. E ele tem um ponto: quem cresce explorando estas tecnologias desde cedo ganha uma vantagem competitiva impossível de replicar mais tarde.

O Lado Brasileiro da Inovação

Não ficamos para trás nas aplicações práticas. Uma lente intraocular desenvolvida com IA, em parceria com o médico brasileiro João Marcelo Lyra, já está disponível no país. A RayOne Galaxy utiliza algoritmos de IA treinados em milhões de simulações visuais, oferecendo foco contínuo e reduzindo efeitos colaterais como halos noturnos.

“A tecnologia está presente desde a concepção da lente até o momento em que ela é implantada”, explica o oftalmologista Guy Romaguera Canto. É medicina de precisão aplicada, mostrando como a IA pode gerar valor real e tangível.

O Problema do “Workslop”: Quando a IA Cria Mais Trabalho

But not everything is rosy. Uma pesquisa da Harvard Business Review revelou uma epidemia de “workslop” — trabalho malfeito gerado por IA que parece competente, mas é inútil. Quarenta por cento dos funcionários americanos receberam esse tipo de material no último mês.

Pense em apresentações elegantes sem substância, relatórios cheios de jargão sem contexto relevante, códigos que parecem funcionais mas falham na prática. O resultado? Funcionários gastam cerca de duas horas para lidar com cada caso de workslop, gerando um “imposto invisível” de US$ 186 por mês por funcionário.

Para uma empresa com 10.000 funcionários, isso significa mais de US$ 9 milhões por ano em perdas de produtividade.

O problema não está na tecnologia, mas na forma como a estamos usando. Como disse um estudo recente do MIT, muitas empresas estão perdendo dinheiro com IA porque adotaram ferramentas sem estratégia clara ou preparação adequada.

A Cultura do “Apenas Faça”

Sam Altman, CEO da OpenAI, popularizou o mantra “apenas faça” para adoção de IA. Mas esse incentivo não considera os desafios reais que os trabalhadores enfrentam ao lidar com outputs de IA que requerem validação e retrabalho constante.

É aqui que entra a importância da educação e do uso consciente. Como mostrou Marçal Ferreira, do Estratégia Educacional, o segredo está em manter o controle do processo: “O principal erro é dar o poder para a IA dirigir o processo educacional. Se o aluno está na direção, a alucinação vai ocorrer cada vez menos.”

O Equilíbrio Entre Tecnologia e Humanidade

Paulo Silvestre, no Estadão, acertou em cheio: empresas precisam equilibrar tecnologia e humanidade para extrair valor real da IA. Não se trata de escolher entre humanos e máquinas, mas de criar sinergia entre ambos.

Em meu trabalho com executivos e empresas, vejo que os casos de sucesso têm algo em comum: começam com pessoas, processos e estratégia clara, não com tecnologia. A IA amplifica capacidades existentes, não cria milagres do nada.

Isso é especialmente relevante quando consideramos que quem não incorpora ferramentas de IA pode ficar em desvantagem competitiva. Mas a vantagem vem do uso inteligente e crítico, não da adoção cega.

O Momento Brasileiro na IA Global

Todas essas notícias convergem para um ponto: estamos em um momento de inflexão. A IA está simultaneamente se tornando mais poderosa, mais acessível e mais complexa em suas implicações práticas.

Para o Brasil, isso representa uma janela única de oportunidade. Enquanto potências globais brigam por supremacia, podemos nos posicionar como:

  • Hub de aplicações práticas: aproveitando nossa expertise em setores como saúde, agronegócios e serviços financeiros
  • Centro de formação de talentos: educando a próxima geração de profissionais que crescerão com essas tecnologias
  • Laboratório de casos de uso: testando aplicações em contextos únicos da realidade brasileira
  • Ponte entre diferentes ecossistemas: aproveitando parcerias tanto com players americanos quanto chineses

A questão não é se a IA vai transformar tudo — isso já está acontecendo. A questão é se estaremos preparados para liderar essa transformação ou apenas reagir a ela.

Reflexões Para o Futuro

Ontem nos mostrou que vivemos em uma era de paradoxos fascinantes. No mesmo dia em que celebramos a criação do primeiro ser vivo por IA e modelos 30 vezes mais baratos, descobrimos que 40% dos trabalhadores lidam com outputs inúteis da tecnologia.

Isso me lembra que inovação não é apenas sobre criar tecnologia mais avançada — é sobre criar valor real para pessoas reais. E valor real vem da combinação inteligente entre capacidades tecnológicas e necessidades humanas.

Como sempre digo em minhas consultorias e cursos: a IA não vai substituir humanos, mas humanos que sabem usar IA vão substituir humanos que não sabem. A diferença está na abordagem — crítica, estratégica e centrada em resultados reais.

O futuro não é sobre escolher entre humanos e máquinas. É sobre orquestrar ambos para criar algo maior que a soma das partes.

Em meus programas de mentoring e consultoria, ajudo executivos e empresas a navegar exatamente este desafio: como aproveitar o potencial transformador da IA evitando as armadilhas do “workslop” e da adoção sem propósito. Porque no final das contas, tecnologia é ferramenta — o que fazemos com ela é que define se criamos valor ou complexidade desnecessária.


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