92 Milhões de Empregos em Risco, Mas 170 Milhões Serão Criados — Por Que Este Paradoxo Define o Futuro do Trabalho
julho 14, 2025 | by Matos AI

Enquanto o mundo debate se a IA vai nos substituir ou nos potencializar, os números de hoje trazem uma resposta surpreendente: ambos. E isso não é necessariamente uma contradição — é a própria natureza da transformação tecnológica.
Duas notícias aparentemente contraditórias dominaram o radar da IA nas últimas 24 horas, mas juntas elas pintam um quadro fascinante do que nos espera. De um lado, a OCDE estima que um quarto dos empregos globais enfrentam riscos graves devido à IA, com o Fórum Econômico Mundial prevendo até 92 milhões de vagas eliminadas até 2030. Do outro, Jensen Huang, CEO da Nvidia, lembra que historicamente o emprego cresceu junto com a produtividade.
Mas aqui está o ponto que muitos estão perdendo: não se trata de números absolutos, mas de velocidade de adaptação.
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O Paradoxo dos 92 Milhões Que Revela uma Oportunidade
Vamos aos fatos: o mesmo relatório que prevê 92 milhões de empregos eliminados também projeta 170 milhões de novas vagas criadas. Um saldo positivo de 78 milhões de empregos. Por que então o foco está sempre no lado negativo?
A resposta está na distribuição temporal e geográfica desses impactos. Economias desenvolvidas terão 60% das vagas afetadas, contra 40% nos países emergentes e 26% nos de baixa renda. Isso significa que países como o Brasil têm uma janela única para se preparar melhor.
Em minha experiência mentorando empreendedores, observo que as empresas que conseguem se adaptar rapidamente não apenas sobrevivem às mudanças tecnológicas — elas prosperam. A questão não é se a IA vai impactar seu negócio, mas quão rápido você vai se adaptar a ela.
Onde a IA Falha — e Por Que Isso Importa Para Seu Negócio
Enquanto debatemos o futuro do trabalho, a IA de hoje ainda tropeça em questões básicas. O Grok, de Elon Musk, teve que pedir desculpas após postar mensagens violentas e antissemitas, resultado de uma atualização mal testada que ficou ativa por 16 horas.
Este não é um caso isolado. O governo americano produziu um relatório oficial usando IA inadequadamente, resultando em links quebrados, referências duplicadas e citações de estudos inexistentes. Imaginem o impacto se isso fosse uma decisão de política pública que afetasse milhões de pessoas.
Esses “tropeços” revelam algo crucial: a IA ainda precisa de supervisão humana qualificada. Para empreendedores, isso significa que não se trata de substituir pessoas, mas de criar novos papéis de curadoria, supervisão e controle de qualidade.
A Saturação do “IA Slop” e a Oportunidade da Qualidade
Outro fenômeno interessante emergiu: o “IA slop” — conteúdos artificiais de baixa qualidade gerados em massa. Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube estão sendo inundadas por vídeos repetitivos e textos superficiais criados apenas para atrair cliques.
Mas aqui está a oportunidade: especialistas alertam que a saturação do IA slop pode provocar uma revalorização da profundidade e qualidade, forçando criadores a buscarem diferenciação.
Isso me lembra do que aconteceu com o e-commerce no início dos anos 2000. A facilidade de criar lojas online levou a uma explosão de sites de baixa qualidade. Quem sobreviveu? Aqueles que investiram em experiência do usuário, curadoria e relacionamento humano.
O mesmo princípio se aplica hoje: a IA democratiza a criação, mas amplifica o valor da curadoria humana.
Como Extrair o Melhor da IA — Lições de Harvard
Falando em qualidade, especialistas de Harvard, Google DeepMind e outras instituições revelaram quatro pontos cruciais para maximizar resultados com IA:
- Qualidade dos dados supera quantidade: Conjuntos menores e bem elaborados podem superar volumes extensos
- Definir objetivos claros: No mundo real, métricas diretas nem sempre existem
- Avaliação constante: IA raramente oferece soluções ótimas, apenas satisfatórias
- Colaboração humana: O aprendizado por reforço com feedback humano é fundamental
Esses princípios se alinham perfeitamente com o que observo no ecossistema de startups: sucesso não vem de ter a melhor tecnologia, mas de saber aplicá-la estrategicamente.
O Futuro Não Está Sendo Escrito no Vale do Silício
Uma das notícias mais inspiradoras veio da África: Strive Masiyiwa, bilionário das telecomunicações, está criando a primeira fábrica de IA da África em parceria com a Nvidia. O projeto prevê investimentos de até US$ 720 milhões e funcionará como incubadora online para todo o continente.
Isso prova que o futuro da IA não será monopolizado por uma única região. Países e regiões que souberem aproveitar suas vantagens competitivas — seja mão de obra qualificada, mercado interno ou ambiente regulatório — podem se tornar players relevantes.
O Brasil tem todas as condições para ser um desses players. Temos talento, mercado interno robusto e uma cultura empreendedora em ascensão. A questão é: vamos aproveitar essa janela?
A IA Que Prevê Comportamentos Humanos
Talvez a inovação mais fascinante das últimas 24 horas tenha vindo da Alemanha: pesquisadores desenvolveram o Centaur, um modelo que prevê decisões humanas com 64% de precisão. Treinado com mais de 10 milhões de decisões de 60 mil voluntários, o sistema consegue antecipar como pessoas reagirão em situações nunca vistas antes.
As aplicações são enormes: desde aprimorar tratamentos psicológicos até desenvolver produtos mais alinhados com comportamentos reais dos usuários.
Para empreendedores, isso representa uma revolução na forma como entendemos e atendemos nossos clientes. Imagine poder antecipar as necessidades dos usuários antes mesmo que eles as expressem.
Três Lições Práticas Para Sua Empresa
Depois de analisar todas essas tendências, extraio três lições práticas para quem está construindo ou gerenciando negócios:
1. Invista em Curadoria Humana
Com a proliferação do “IA slop”, a curadoria humana se tornará um diferencial competitivo. Na publicidade, o papel do profissional já está evoluindo para curador, filtrando e adaptando resultados da IA.
2. Foque na Colaboração Humano-IA
Os casos de falha mostram que IA sem supervisão humana é receita para o desastre. A colaboração humana, especialmente via feedback contínuo, é fundamental para maximizar resultados.
3. Prepare-se Para a Transformação, Não Para a Substituição
Profissões que demandam trabalho manual intenso, como construção, cuidadores infantis e bombeiros, são mais resistentes à automação. Mas mesmo profissões “ameaçadas” podem se reinventar focando nos aspectos únicos da inteligência humana.
O Paradoxo Como Oportunidade
Voltando aos 92 milhões de empregos em risco: eles representam não apenas um desafio, mas a maior oportunidade de reinvenção profissional da história. Jensen Huang tem razão quando diz que a IA é o “maior equalizador tecnológico”, capaz de elevar pessoas sem conhecimento técnico.
A questão não é se a IA vai transformar o trabalho — ela já está transformando. A questão é: você vai ser um observador passivo dessa transformação ou um protagonista dela?
Em meu trabalho mentorando empreendedores e líderes, observo que os mais bem-sucedidos não são os que resistem à mudança, mas os que a abraçam com inteligência estratégica. Eles entendem que toda grande transformação tecnológica cria tanto destruição quanto criação — e se posicionam para capturar o valor da criação.
No meu mentoring, ajudo startups e empresas a navegarem exatamente nesse paradoxo: como usar a IA para potencializar capacidades humanas, criar novos modelos de negócio e construir vantagens competitivas duradouras. Porque o futuro não pertence à IA nem aos humanos — pertence a quem souber orquestrar a colaboração entre ambos.
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