IA: Avanços estagnando ou apenas mudando de rumo?

Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) tem sido vista como uma das forças mais disruptivas no campo da tecnologia. Mas será que os tão esperados avanços nessa área estão realmente desacelerando, ou é uma mudança de estratégia necessária para consolidar o que já foi conquistado? Essa questão foi levantada em várias fontes recém-divulgadas.

Segundo o Olhar Digital, especialistas têm questionado a desaceleração no progresso que muitos esperavam, principalmente na busca pela Inteligência Artificial Geral (IAG). O lançamento do ChatGPT, da OpenAI, há quase dois anos, gerou uma explosão de expectativas. Embora bilhões de dólares tenham sido investidos por gigantes como OpenAI e Microsoft, parece que apenas mais dados e poder computacional não são suficientes. Gary Marcus, conhecido crítico da IA, descreve a estratégia de “quanto maior, melhor” como uma fantasia, já que a promessa de que mais dados resultariam organicamente em IAG não se concretizou.

Por outro lado, enquanto alguns veem estagnação, outros notam mudanças estratégicas. A Microsoft continua empurrando os limites da IA com soluções mais pragmáticas e voltadas para produtividade. Com inovações como os agentes autônomos integrados ao Microsoft 365 e o tradutor de voz em tempo real no Teams, a gigante tecnológica parece estar focada em automação e eficiência no dia a dia corporativo. São avanços menos ousados, mas que impactam diretamente o cotidiano de milhões de profissionais. A abordagem, que prioriza eficiência e conexões fluídas entre ferramentas, pode ser uma pista de para onde a IA está se encaminhando.

No entanto, o mundo não está apenas observando: ele está também regulando. Em um evento recente do G20 no Rio de Janeiro, os líderes destacaram que, embora a IA tenha um potencial tremendo para a economia digital, é necessário haver regulamentação para mitigar os possíveis riscos. Segundo o Mobile Time, o G20 discutiu tópicos como transparência em plataformas digitais e fluxos de dados internacionais. Mas acima de tudo, foi reforçada a necessidade de uma governança multinacional ampla. O dilema regulatório global é algo que já começa a impactar o ritmo do desenvolvimento da IA.

Quando olhamos para áreas como a biotecnologia, porém, o progresso ainda é notável. A InvestNews destaca que algoritmos inovadores chamados “transformadores” estão abrindo novas fronteiras, especialmente no desenvolvimento de medicamentos. Empresas como a EvolutionaryScale mostram que essa tecnologia pode ser revolucionária na criação de proteínas inéditas, estimulando descobertas que poderiam levar a novas curas e terapias biológicas.

Já no setor de e-commerce, como visto no E-Commerce Brasil, a IA tem proporcionado uma personalização sem precedentes. Estudos apontam que 75% das empresas já utilizam IA, o que se reflete no aumento de vendas durante eventos como a Black Friday.

Em conclusão, embora seja precoce afirmar que os avanços na IA estão “estagnando”, o que parece estar acontecendo é uma reorientação das expectativas. A aposta unidimensional em “dados maiores” está sendo substituída por estratégias mais pragmáticas, com foco em eficiência e aplicações reais. E isso pode ser a chave para um futuro de inovação mais sustentável e inclusivo. O tempo dirá.