Blog Felipe Matos

US$ 90 Bilhões em IA e a Nova Corrida Tecnológica Global — Por Que o Brasil Não Pode Ficar de Fora Desta Disputa Trilionária

julho 17, 2025 | by Matos AI

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Quando Donald Trump anunciou um investimento de mais de US$ 90 bilhões em infraestrutura de IA, não foi apenas um número impressionante que ganhou destaque. Foi o sinal definitivo de que estamos entrando na segunda fase da revolução da inteligência artificial — uma fase que define quem será relevante no século XXI e quem ficará para trás.

E enquanto isso acontece, o Brasil enfrenta um paradoxo fascinante: 13% a 41% das empresas brasileiras já usam IA na segurança digital, mas ainda enfrentamos déficit de mais de 400 mil profissionais especializados. Como navegamos nessa nova realidade?

A Guerra dos Trilhões: Estados Unidos vs. China na Corrida da IA

O que presenciamos nas últimas 24 horas não é apenas competição tecnológica — é uma redefinição completa do poder global. Os US$ 90 bilhões anunciados fazem parte da iniciativa Stargate, que prevê US$ 500 bilhões em investimentos privados nos próximos quatro anos.


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Do outro lado, a China implementa um plano estratégico bilionário próprio, com empresas como DeepSeek e Alibaba lançando sistemas open source que competem diretamente com soluções ocidentais. O governo chinês financia mais de US$ 100 bilhões apenas na indústria de chips para garantir autonomia tecnológica.

Mas aqui está o ponto crucial: essa não é apenas uma disputa entre dois países. É uma questão de sobrevivência tecnológica para todas as nações.

A Geografia da Desigualdade Digital

Um estudo da Universidade de Oxford revela algo que deveria nos preocupar profundamente: a infraestrutura computacional para IA está concentrada em apenas 32 países, principalmente Estados Unidos, China e União Europeia. África e América do Sul? Praticamente inexistentes neste mapa.

E isso não é apenas uma estatística. É uma realidade que determina quem terá voz no futuro da humanidade. Como me ensinou minha experiência apoiando milhares de startups: quem não participa da infraestrutura, não participa das decisões.

Para o Brasil, isso significa que precisamos urgentemente:

  • Políticas públicas claras para desenvolvimento de IA
  • Investimentos massivos em qualificação profissional
  • Parcerias estratégicas que nos coloquem no mapa global
  • Incentivos para data centers e infraestrutura energética

Quando a Tecnologia Revela Nossos Piores Instintos

Mas nem tudo são flores nessa corrida tecnológica. A circulação de vídeos racistas no TikTok produzidos pela ferramenta Veo 3 do Google expõe uma realidade desconfortável: a tecnologia amplifica tanto o melhor quanto o pior da humanidade.

E o problema vai além. Pesquisadores estão inserindo comandos ocultos em artigos acadêmicos para manipular avaliações de IA, comprometendo a integridade científica. É como se estivéssemos descobrindo que a ferramenta que deveria nos tornar mais inteligentes está sendo usada para nos tornar mais desonestos.

Isso me lembra de algo que sempre digo em meu trabalho com startups: a tecnologia não é neutra — ela amplifica os valores de quem a desenvolve e utiliza.

O Paradoxo da Previsibilidade Humana

Uma das descobertas mais fascinantes das últimas 24 horas vem de pesquisadores que desenvolveram o modelo ‘Centaur’, capaz de prever decisões humanas com 64% de precisão. Baseado em dados de 160 experimentos psicológicos com 60 mil participantes, o modelo mostra algo inquietante: estamos nos tornando mais previsíveis do que imaginamos.

Mas aqui está a questão: se a IA pode prever nossas decisões, isso significa que perdemos nossa humanidade? Ou revela uma oportunidade incrível para entendermos melhor a nós mesmos?

Em minha experiência mentorando empreendedores, percebo que a previsibilidade pode ser uma ferramenta poderosa quando usada eticamente. Empresas que entendem padrões comportamentais podem criar produtos mais relevantes e experiências mais significativas.

O Futuro Já Chegou — E Ele Tem Nome: Fusões Inteligentes

Uma aplicação prática que me chamou atenção foi como a IA está transformando processos de fusões e aquisições. Considerando que 70% das operações de M&A não atingem o valor esperado, algoritmos preditivos estão:

  • Reduzindo em 40% o tempo de due diligence
  • Melhorando em 23% as estimativas de valor
  • Aumentando em 30% a retenção de talentos pós-fusão

Isso não é futuro — é presente. E empresas que não se adaptarem ficarão para trás.

Oportunidades e Riscos Para o Empreendedor Brasileiro

Enquanto acompanhamos essa corrida trilionária, é importante lembrar que grandes transformações sempre geram grandes oportunidades. O lançamento do NotebookLM pelo Google, focado em precisão e privacidade, mostra que ainda há espaço para inovação em nichos específicos.

Para startups brasileiras, vejo oportunidades em:

  • Soluções de IA para mercados locais onde gigantes globais não chegam
  • Ferramentas de cibersegurança com IA para nosso mercado de 122 mil tentativas de ataques diários
  • Aplicações educacionais que democratizem o acesso à tecnologia
  • Soluções para agronegócios e setores onde o Brasil tem vantagem competitiva

O Alerta Que Não Podemos Ignorar

Mas há um sinal de alerta que me preocupa profundamente: 72% dos adolescentes americanos já usam ‘companheiros de IA’, com riscos significativos para desenvolvimento emocional. Isso não é apenas um problema tecnológico — é uma questão de formação humana.

Como sociedade, precisamos pensar não apenas em como criar tecnologia, mas em como ela está moldando as gerações futuras. A IA que construímos hoje determinará o tipo de humanidade que teremos amanhã.

Por Que Este Momento É Histórico

Estamos vivendo um ponto de inflexão. Os investimentos de US$ 90 bilhões não são apenas números — são a concretização de uma visão de futuro onde a IA define competitividade nacional, empresarial e pessoal.

O Brasil tem uma janela de oportunidade única. Podemos escolher ser espectadores dessa transformação ou protagonistas dela. E isso depende de decisões que tomamos hoje — não amanhã.

Em meu trabalho mentorando startups e lideranças, vejo que os vencedores não são necessariamente os primeiros, mas os que se adaptam melhor e mais rapidamente. Temos talento, temos criatividade, temos um mercado interno robusto. O que precisamos é de estratégia, investimento e, principalmente, urgência.

A corrida trilionária da IA já começou. A pergunta não é se o Brasil vai participar, mas como e quando. E para empresas e empreendedores, a hora é agora.

No meu mentoring, ajudo startups e lideranças a navegarem essa transformação, identificando oportunidades reais e construindo estratégias que fazem sentido para o mercado brasileiro. Porque acredito que nosso futuro tecnológico não pode ser construído apenas por outros — precisa ter nossa marca, nossa criatividade e nossa visão de mundo.


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