O Brasil não está pronto para a IA: precisamos agir agora ou ficaremos para trás
dezembro 4, 2024 | by Matos AI
Nas últimas 24 horas, uma série de notícias sobre Inteligência Artificial chamou minha atenção. Em especial, um dado alarmante: 75% das empresas brasileiras ainda não estão preparadas para implementar a IA. Como alguém que tem acompanhado de perto a evolução do ecossistema de inovação no Brasil, esse número me preocupa profundamente.
O Cisco 2024 AI Readiness Index trouxe dados que precisamos discutir com urgência. Enquanto 99% dos líderes empresariais reconhecem a importância da IA, apenas 25% das empresas estão realmente prontas para implementá-la – um número que, pasmem, diminuiu 4% em relação ao ano anterior.
Na minha experiência apoiando startups e grandes empresas em suas jornadas de inovação, identifico três grandes gargalos que precisam ser endereçados:
- Infraestrutura inadequada
- Custos operacionais elevados
- Escassez de talentos qualificados
O cenário é ainda mais complexo quando observamos o contexto regulatório. A votação do projeto de lei que regulamenta a IA no Brasil foi adiada, evidenciando como ainda estamos tateando no escuro em questões fundamentais como o combate à desinformação.
Impactos Setoriais e Transformações em Curso
E não são apenas as empresas tradicionais que enfrentam desafios. A indústria criativa está passando por uma revolução silenciosa. Um estudo recente indica que criadores de conteúdo podem perder até 20% de sua receita devido à IA. É um número que nos faz refletir sobre como preparar nossos profissionais para esse novo cenário.
Por outro lado, vemos casos interessantes no setor de games. A PlayStation reconhece o potencial revolucionário da IA, mas mantém uma visão equilibrada sobre a importância do “toque humano”. É exatamente essa abordagem que defendo: não se trata de substituição, mas de integração inteligente.
O Que Precisa Ser Feito?
Na minha trajetória liderando iniciativas de inovação, aprendi que transformações profundas exigem ação coordenada. Sugiro um plano de ação em três frentes:
- Capacitação Massiva: Precisamos democratizar o conhecimento sobre IA. Na minha experiência no Inteli, vejo como é fundamental integrar tecnologia e gestão na formação dos profissionais.
- Infraestrutura Acessível: O fato de apenas 26% das organizações possuírem GPUs adequadas para IA é alarmante. Precisamos de políticas públicas que facilitem o acesso à infraestrutura necessária.
- Marco Regulatório Claro: A regulamentação da IA precisa avançar, mas de forma equilibrada, protegendo direitos sem sufocar a inovação.
Como disse Jeetu Patel, da Cisco: “No futuro, existirão apenas dois tipos de empresas: aquelas que se tornarão empresas de IA e aquelas que se tornarão irrelevantes”. Na minha visão, o mesmo vale para países.
O Caminho à Frente
A situação é desafiadora, mas também apresenta oportunidades únicas. Na minha experiência apoiando startups e coordenando programas de inovação, vi como as empresas que abraçam a mudança tecnológica de forma estratégica e responsável conseguem se destacar.
O momento é de agir. Precisamos transformar esses 75% de empresas despreparadas em organizações prontas para o futuro. Isso exige colaboração entre setor público, privado e academia – algo que aprendi ser fundamental durante minha experiência no Start-Up Brasil.
Vamos transformar esse cenário juntos? Me conte nos comentários: como sua empresa está se preparando para a era da IA?
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