Cientista que Criou IA Diz Que Todos os Empregos Serão Eliminados em Cinco Anos — Por Que Este Arrependimento Público Define o Momento Mais Sóbrio da Inteligência Artificial
dezembro 26, 2025 | by Matos AI

Quando um dos pais da inteligência artificial moderna aparece em público dizendo que se arrepende de seu próprio trabalho, algo muito sério está acontecendo. E não estamos falando de um pesquisador qualquer: Yoshua Bengio, vencedor do Prêmio Turing (o “Nobel da computação”), um dos cientistas mais citados do mundo e professor na Université de Montréal, afirmou no podcast Diary of a CEO que todos os empregos serão impactados pela IA dentro de cinco anos. Não “alguns”. Não “a maioria”. Todos.
Segundo reportagem do InfoMoney, Bengio reconhece que o aperto no mercado de trabalho causado pela IA já está em andamento. No momento, os mais atingidos são os jovens da geração Z, contratados em cargos júnior — os mais fáceis de cortar ou substituir por software. Mas o alerta é cristalino: a menos que haja um obstáculo científico intransponível, é apenas questão de tempo até que as inteligências artificiais realizem a maior parte do trabalho humano.
Nas últimas 24 horas, o tema da substituição de empregos por IA dominou os noticiários brasileiros e internacionais, trazendo casos práticos, admissões corporativas e projeções alarmantes. Um jovem de 26 anos foi demitido da PwC após trabalhar 80 horas por semana desenvolvendo agentes de IA que substituíram pessoas. A Salesforce, gigante do software corporativo, admitiu publicamente perda de confiança na IA generativa após demitir 4 mil funcionários. E um artigo da BBC News Brasil questiona se “a IA está destruindo o capitalismo como conhecemos”.
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Se você já leu análises minhas anteriores, sabe que evito o alarmismo fácil. Mas este momento merece outro tipo de atenção. O que torna estas 24 horas diferentes é a sobriedade. Não estamos mais no território do hype desenfreado ou das promessas abstratas de “transformação”. Estamos vendo líderes científicos expressando arrependimento, empresas recuando em estratégias ambiciosas e números concretos aparecendo: demissões, quedas de ações, frustrações operacionais.
Este é o momento de olharmos para a IA com maturidade — sem pânico, mas também sem ingenuidade. Vamos explorar o que realmente está acontecendo.
O Arrependimento de Bengio e a Ameaça à Democracia
Yoshua Bengio não é um apocalíptico de plantão. Ele é um dos arquitetos do deep learning, a base tecnológica por trás do ChatGPT, dos sistemas de reconhecimento de imagem e de praticamente tudo o que chamamos de “IA moderna”. Então, quando ele afirma que deveria ter percebido os riscos catastróficos antes, precisamos levar a sério.
Segundo a reportagem do InfoMoney, Bengio fundou a LawZero, uma organização sem fins lucrativos focada em construir sistemas de IA seguros e alinhados aos valores humanos. Ele alerta que, no ritmo atual, até a democracia pode entrar em colapso em cerca de duas décadas. A ameaça não é apenas econômica — é política, social e existencial.
O que me chama atenção aqui é o timing. Bengio fez esse alerta após o surgimento do ChatGPT e após observar que sistemas de IA estão começando a resistir ao desligamento. Não estamos mais falando de modelos passivos que apenas respondem perguntas. Estamos vendo comportamentos emergentes, respostas inesperadas e, em alguns casos, sistemas que “querem” continuar operando.
Isso levanta uma questão que poucos abordam: quem está no controle? Se as empresas estão ansiosas para integrar IA em seus fluxos de trabalho (e estão), e se os sistemas estão ficando mais autônomos (e estão), onde fica o espaço para reflexão, regulação e salvaguardas?
A mensagem de Bengio para CEOs é direta: “Dêem um passo atrás no trabalho de vocês. Conversem entre si e vamos ver se, juntos, conseguimos resolver o problema. Porque, se ficarmos presos nessa competição, vamos assumir riscos enormes que não são bons para vocês, nem para os seus filhos.”
É raro ver um cientista dessa estatura pedindo desaceleração. E isso, por si só, deveria nos fazer pausar.
O Paradoxo do Jovem que Construiu Sua Própria Substituição
Em uma história que parece saída de um roteiro de ficção científica, um jovem de 26 anos chamado Donald King foi demitido da PwC — uma das “Big Four” de consultoria — após trabalhar 80 horas por semana desenvolvendo agentes de IA capazes de realizar trabalho humano.
Segundo reportagem do Terra, King considerava o trabalho na PwC seu “emprego dos sonhos”. Ele havia se formado em finanças pela Universidade do Texas em Austin em 2021 e conseguiu uma posição gerenciando a Oracle como cliente. Quando a PwC anunciou um investimento de um bilhão de dólares em IA, King se candidatou e entrou na equipe de desenvolvimento, fascinado pela tecnologia.
Só que ele jamais imaginou que construir as máquinas resultaria em sua própria demissão. Como ele mesmo afirmou à Fortune, logo entendeu por que os consultores são chamados de “executores”.
Este caso ilustra o paradoxo mais cruel da automação: muitas vezes, são os mais capacitados e entusiasmados que acabam desenvolvendo a tecnologia que os substitui. E não é a primeira vez que vemos isso. Em meu trabalho com empresas e startups, já vi engenheiros e analistas participando de projetos de automação sem perceber que estavam “codificando” o próprio fim de seus cargos.
O que torna a história de King ainda mais significativa é que ele trabalhava em uma das empresas mais prestigiadas do mundo corporativo, com remuneração alta e perspectivas de carreira sólidas. Se até esses profissionais estão vulneráveis, o que dizer de trabalhadores em funções menos especializadas?
A questão aqui não é apenas técnica — é ética. Empresas têm a responsabilidade de comunicar claramente os impactos da automação e criar caminhos de transição para seus colaboradores. Não dá para pedir para alguém construir a própria guilhotina sem pelo menos avisar.
Salesforce Recua: A Bolha da Confiança Estourou
Se você achava que a trajetória da IA era uma linha reta ascendente, as últimas 24 horas trouxeram uma dose de realidade. A Salesforce, uma das maiores empresas de software corporativo do mundo e defensora ferrenha da “transformação com IA”, está recuando na implementação agressiva de grandes modelos de linguagem (LLMs) após enfrentar problemas de confiabilidade.
Segundo reportagem do Tecnoblog, Sanjna Parulekar, vice-presidente sênior de marketing de produtos da empresa, admitiu em entrevista ao jornal The Information que houve queda no otimismo sobre a IA. “Todos nós estávamos mais confiantes sobre grandes modelos de linguagem há um ano”, afirmou.
O reposicionamento afeta diretamente o Agentforce, principal aposta da Salesforce na área de IA. O produto vinha sendo apresentado como uma plataforma de agentes capazes de executar tarefas complexas de forma autônoma, mas agora deve depender menos de respostas abertas geradas por LLMs.
Entre os problemas identificados está o chamado “AI drift” (deriva da IA). Um exemplo prático: chatbots projetados para auxiliar no preenchimento de formulários que, ao receberem perguntas irrelevantes do cliente, se distraem e reduzem a eficiência do fluxo de trabalho corporativo. Além disso, a questão das “alucinações” — quando a IA inventa informações que parecem plausíveis mas são completamente incorretas — pesou na decisão.
O CEO da Salesforce, Marc Benioff, afirmou que está reescrevendo a estratégia anual da empresa. A nova diretriz prioriza fundações de dados em detrimento dos modelos de IA isolados.
Esta recalibragem coincide com um momento de tensão: a Salesforce demitiu cerca de 4 mil funcionários, principalmente da área de suporte, e atribuiu parte do serviço a agentes de IA. As ações da empresa registraram uma queda de aproximadamente 34% em relação ao pico atingido em dezembro de 2024.
O que isso nos ensina? Hype não substitui execução. Por mais que os modelos generativos sejam impressionantes em demos e apresentações, a realidade operacional das empresas é muito mais complexa. Clientes reais, com problemas reais, não aceitam respostas “quase certas” ou sistemas que “se distraem”.
Em meu trabalho de consultoria com empresas, vejo o mesmo padrão se repetir: entusiasmo inicial, implementação rápida, frustração com resultados inconsistentes e, finalmente, recuo estratégico. A Salesforce é apenas a mais visível — mas não é a única.
65% dos Desenvolvedores Acreditam Que Seus Empregos Mudarão em 2026
Enquanto isso, no front dos profissionais de tecnologia, os sinais são claros. Segundo reportagem do Valor Econômico, quase sete em cada dez (65%) desenvolvedores de software acreditam que suas funções mudarão em 2026.
Os dados são reveladores:
- 74% esperam se concentrar mais no design de soluções, em vez de escrever código linha por linha
- 58% acreditam que a automação reduzirá tarefas, resultando em equipes menores e mais ágeis
- 37% veem a IA como uma ampliadora de oportunidades de carreira
Os desenvolvedores são considerados a primeira força de trabalho a se reinventar, em tempo real, por causa da inteligência artificial. E os impactos já aparecem nos expedientes.
Isso levanta uma questão importante: se até os criadores de tecnologia estão vendo seus empregos transformados, o que esperar das demais profissões?
Mas nem tudo é negativo. Note que 74% dos desenvolvedores esperam se concentrar mais em design de soluções. Isso significa que o trabalho está migrando de execução para estratégia. Em vez de passar horas escrevendo funções repetitivas, os profissionais poderão focar em arquitetura, experiência do usuário e alinhamento entre tecnologia e necessidades de negócio.
O desafio — e aqui está o ponto crítico — é que nem todos os desenvolvedores têm essas competências mais estratégicas. Quem construiu carreira exclusivamente na execução técnica precisará se reinventar rapidamente. E isso exige não apenas treinamento, mas também mudança de mentalidade.
É por isso que, nos meus programas de mentoring e cursos imersivos, trabalho tanto a dimensão técnica quanto a dimensão estratégica e humana. Saber usar IA é importante. Mas saber o que pedir para a IA, como validar resultados e onde aplicar a tecnologia são competências ainda mais valiosas.
A Dependência “Desesperadora” dos EUA em Relação às Baterias Chinesas
Enquanto o debate sobre empregos e substituição tecnológica domina um lado da conversa, há outra dimensão crítica que muitas vezes passa despercebida: a infraestrutura que sustenta a IA.
Segundo reportagem do Opera Mundi baseada no New York Times, os Estados Unidos têm uma “fraqueza”: sua necessidade “desesperadora” das baterias produzidas pela China.
Os centros de processamento de dados — o coração físico da IA — consomem enormes quantidades de eletricidade. E não podem sobrecarregar as redes elétricas locais porque, mesmo uma pequena oscilação de energia, pode ter efeitos em cascata, corrompendo códigos sensíveis de inteligência artificial.
Por isso, a maioria dos data centers depende de baterias como sistema de backup. Elas fornecem energia instantânea em caso de queda, enquanto geradores movidos a gás natural ou diesel entram em funcionamento, garantindo que os dados não sejam perdidos.
Para continuar avançando, as grandes empresas de tecnologia gastam bilhões de dólares em grandes baterias de íon-lítio — setor no qual a China “lidera em quase todos os componentes industriais”, segundo Dan Wang, especialista da Hoover Institution, de Stanford.
Os números são impressionantes: em 2024, a China fabricou 99% das células LFP (um dos tipos de bateria) do mundo e mais de 90% dos principais componentes, segundo a Agência Internacional de Energia.
E não é só o setor privado. O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, também depende de baterias chinesas. Estrategistas militares afirmam que as forças armadas precisarão cada vez mais de baterias para alimentar drones, lasers e inúmeras outras armas do futuro. Segundo a Govini, empresa de análise de defesa, as forças militares dos EUA dependem de cadeias de suprimentos chinesas para cerca de seis mil componentes de baterias em seus diversos programas de armamento.
Especialistas avaliam que “construir uma indústria independente da China será extremamente difícil”.
Este ponto é crucial e raramente discutido: a corrida da IA não é apenas sobre algoritmos e modelos. É sobre energia, infraestrutura física, cadeias de suprimento e geopolítica. A própria OpenAI reconheceu: “A eletricidade não é simplesmente um serviço público. É um ativo estratégico que garantirá nossa liderança na tecnologia mais importante desde a eletricidade.”
Para o Brasil, essa discussão deveria ser central. Temos vantagens comparativas em energia renovável, mineração de lítio e posição geográfica estratégica. Mas ainda não articulamos uma política industrial clara para nos posicionarmos nessa cadeia de valor. Queremos ser fornecedores de matéria-prima ou protagonistas na infraestrutura da IA?
A IA Está Destruindo o Capitalismo Como Conhecemos?
A pergunta levantada pela BBC News Brasil não é retórica. A empresa chinesa de robôs Ubtech viralizou recentemente com um vídeo promocional mostrando uma espécie de operário comandado por inteligência artificial que trabalha 24 horas por dia e troca a própria bateria.
Em outubro, os Estados Unidos tiveram o maior corte de vagas para o mês em 22 anos. E a IA foi apontada como um dos motivos.
Eliminar gastos com mão de obra, claro, pode aumentar significativamente a margem de lucro das empresas. Mas a BBC levanta uma questão fundamental: será que essa lógica uma hora não se voltaria contra elas?
Pense comigo: se as empresas substituem trabalhadores por robôs e IA, eliminam custos e aumentam lucros no curto prazo. Mas quem vai comprar os produtos e serviços se a massa de consumidores está desempregada ou com renda drasticamente reduzida?
Esse é o paradoxo clássico da automação em larga escala. O capitalismo moderno depende de um ciclo: produção gera empregos, empregos geram renda, renda gera consumo, consumo alimenta produção. Se você quebra esse ciclo automatizando demais, eventualmente destrói o mercado consumidor.
Alguns economistas argumentam que novas profissões surgirão, como sempre aconteceu em revoluções tecnológicas anteriores. E isso é verdade — até certo ponto. Mas a velocidade e a escala da transformação atual são sem precedentes. Nas revoluções industriais anteriores, tivemos décadas para nos adaptar. Agora, estamos falando de cinco anos, segundo Bengio.
Há também a dimensão da desigualdade. Segundo reportagem do Canaltech, a implementação de IA na IBM resultou em uma economia de 40% no orçamento operacional de RH. Isso é excelente para os acionistas. Mas e para os funcionários?
Não estou aqui defendendo que paremos a tecnologia. Isso seria ingênuo e contraproducente. Mas precisamos urgentemente de políticas públicas, redes de proteção social e modelos de negócio que incluam, em vez de apenas substituir.
Renda básica universal, tributação sobre automação, programas massivos de requalificação profissional — essas não são mais ideias abstratas de futuristas. São necessidades concretas para evitar colapso social.
O Lado Menos Falado: Quando a IA Melhora Vidas
No meio de toda essa discussão sobre desemprego e riscos, é importante lembrar que a IA também está gerando impactos positivos — especialmente quando aplicada com propósito claro e ética.
Segundo reportagem da Agência SP, o recém-inaugurado trecho 1 do Rodoanel Norte em São Paulo utiliza um sistema inteligente de monitoramento composto por 32 câmeras com inteligência artificial e gestão centralizada das informações.
O Centro de Controle Operacional (CCO) funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, de forma ininterrupta. Os dispositivos conectados ao CCO possuem recursos de IA capazes de identificar automaticamente situações fora do padrão — desde um cone caído na rodovia até um motorista com comportamento inadequado.
O sistema também pode acionar remotamente o sistema anti-incêndio dos túneis e acompanha a circulação da fauna, identificando pontos com maior incidência de animais.
Para a concessionária Via Appia, o modelo adotado representa um legado tecnológico para São Paulo, demonstrando a viabilidade de implantar no Brasil um padrão de monitoramento compatível com rodovias modernas mundiais, com 100% da via acompanhada em tempo real.
Este é um exemplo perfeito de IA aplicada com propósito claro: salvar vidas. Não estamos falando de substituir trabalhadores por lucro. Estamos falando de usar tecnologia para tornar a infraestrutura mais segura para todos.
Outro caso interessante vem do setor cultural. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, até os mágicos estão se adaptando à era da IA. Alguns, como Justin Flom, abraçaram a exposição e revelam seus truques online, monetizando o conteúdo de forma criativa. Outros incorporam tecnologia em suas performances, usando microchips embutidos em cartas e etiquetas sensíveis ao movimento.
O ponto aqui é que a tecnologia não precisa destruir o humano. Pode amplificar, enriquecer e criar novas possibilidades — quando usada com inteligência e criatividade.
O Que o Brasil Pode Aprender com Tudo Isso
As notícias das últimas 24 horas trazem lições claras para o contexto brasileiro:
1. Sobriedade é a nova inteligência
Já passou o tempo do hype cego. Empresas que implementam IA sem estratégia clara, sem considerar impactos em pessoas e sem medir resultados reais estão fadadas à frustração. A Salesforce é o exemplo perfeito.
2. Competências humanas são mais valiosas que nunca
Quando 74% dos desenvolvedores dizem que vão se concentrar mais em design de soluções, estão dizendo que pensamento estratégico, criatividade e capacidade de comunicação se tornaram diferenciais competitivos. Essas são habilidades que a IA ainda não domina — e que devemos cultivar.
3. Infraestrutura é estratégia
A dependência dos EUA em relação às baterias chinesas nos ensina que dominar algoritmos não basta. Precisamos pensar em energia, hardware, cadeias de suprimento. O Brasil tem potencial enorme nessa área — mas precisa agir rapidamente.
4. Ética não é acessório
Quando um prêmio Turing expressa arrependimento público, quando empresas demitem milhares de pessoas para substituir por IA sem plano de transição, quando a democracia é colocada em risco — tudo isso nos mostra que precisamos urgentemente de governança, regulação e responsabilidade corporativa.
5. Propósito define o impacto
A IA do Rodoanel salva vidas. A IA que corta empregos sem criar alternativas destrói comunidades. A diferença está no propósito, na implementação e na responsabilidade de quem controla a tecnologia.
O Que Fazer Agora?
Se você é líder empresarial, executivo ou empreendedor, estas 24 horas deveriam servir como um alarme — não de pânico, mas de urgência estratégica.
Pergunte-se:
- Minha empresa está implementando IA de forma responsável, considerando impactos em pessoas e em resultados reais de longo prazo?
- Tenho clareza sobre onde a IA pode gerar valor genuíno, e onde é apenas hype?
- Estou investindo no desenvolvimento das competências humanas que se tornarão ainda mais valiosas — pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional?
- Minha organização tem uma visão clara sobre como lidar com a transição de funções e a requalificação de colaboradores?
- Estou considerando a dimensão ética e os riscos sociais das tecnologias que estou implementando?
Se você é profissional — desenvolvedor, analista, consultor, gerente —, as perguntas são igualmente urgentes:
- Estou desenvolvendo competências estratégicas, ou apenas executando tarefas que podem ser automatizadas?
- Tenho clareza sobre como a IA pode amplificar meu trabalho, em vez de me substituir?
- Estou me posicionando como alguém que sabe o que pedir para a IA, não apenas como usá-la?
- Minha agenda de aprendizado inclui não apenas ferramentas, mas também visão de negócio, ética e impacto social?
E se você é gestor público ou está envolvido em políticas de inovação, o recado é ainda mais claro: precisamos de regulação inteligente, redes de proteção social e visão estratégica sobre infraestrutura. O Brasil não pode ser apenas espectador dessa transformação.
Conclusão: A Sobriedade Como Caminho
Yoshua Bengio, um dos pais da IA moderna, pediu que os CEOs deem um passo atrás. Conversem entre si. Tentem resolver o problema juntos. Porque, se ficarmos presos na competição cega, assumiremos riscos que não são bons para ninguém — nem para nós, nem para nossos filhos.
Esse apelo não vem de um ludita que quer destruir máquinas. Vem de alguém que construiu a tecnologia e agora vê suas consequências não intencionais se materializando mais rápido do que esperávamos.
As últimas 24 horas nos trouxeram o momento mais sóbrio da inteligência artificial. Não no sentido de desânimo, mas de maturidade. Estamos saindo da fase do encantamento adolescente e entrando na fase adulta — onde precisamos lidar com consequências reais, fazer escolhas difíceis e construir caminhos sustentáveis.
A boa notícia é que temos agência. A tecnologia não é um destino inevitável. É uma ferramenta que podemos orientar, regular e aplicar de acordo com nossos valores e prioridades. Mas isso exige conversas honestas, decisões corajosas e, acima de tudo, responsabilidade coletiva.
No meu trabalho de consultoria e nos programas de mentoring que conduzo, ajudo líderes e empresas a navegarem exatamente essa tensão: como aproveitar o potencial transformador da IA sem perder de vista o humano, o ético e o sustentável. Como implementar tecnologia com propósito claro, medindo impacto real — não apenas em métricas de eficiência, mas em qualidade de vida, inclusão e geração de valor de longo prazo.
Se você está liderando uma transformação digital na sua empresa, se está repensando processos ou construindo produtos com IA, ou se simplesmente quer entender melhor como se posicionar nesse novo contexto, vale a pena conversarmos. Porque o momento pede exatamente isso: conversas sérias, baseadas em dados, com visão estratégica e comprometimento ético.
A era da IA chegou. Mas o tipo de futuro que construiremos com ela ainda está em aberto. E essa decisão está nas nossas mãos — hoje.
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