Radar da IA: Brasil Anuncia Plano de R$ 23 Bilhões Enquanto Justiça Rejeita Recurso com Jurisprudências Falsas
abril 28, 2025 | by Matos AI

O Brasil finalmente deu um passo decisivo na corrida global da inteligência artificial. Durante o Web Summit Rio, a ministra Luciana Santos anunciou que o governo brasileiro planeja investir nada menos que R$ 23 bilhões em IA até 2028 – um valor que, segundo ela, se equipara ao investimento de países europeus nessa tecnologia.
É um momento de inflexão para o ecossistema brasileiro de inovação. Após anos acompanhando a evolução tecnológica global, tenho alertado sobre a necessidade de posicionamento estratégico do Brasil nesse campo. O anúncio desse plano representa não apenas uma injeção de recursos, mas a sinalização de uma política de Estado para o desenvolvimento tecnológico.
O Plano Brasileiro de IA: além dos números
O investimento de R$ 23 bilhões é expressivo, mas o que realmente importa é como esses recursos serão aplicados. De acordo com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, o foco estará em desenvolver soluções para áreas estratégicas como agricultura, serviços públicos, educação e saúde.
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Um ponto que merece destaque é o desenvolvimento de 35 soluções de software em português que utilizarão essa tecnologia. Isso é fundamental. Em minha trajetória apoiando mais de 10 mil startups, percebi que um dos grandes desafios para a adoção de IA no Brasil é justamente a carência de soluções adaptadas ao contexto linguístico e cultural brasileiro.
Outro elemento mencionado foi o supercomputador Santos Dumont, um dos 100 mais potentes do mundo, instalado no Rio de Janeiro. A infraestrutura computacional é essencial para o desenvolvimento de modelos de IA competitivos globalmente. Enquanto países como EUA e China investem bilhões em chips e processadores, precisamos garantir que o Brasil não fique para trás nessa corrida por capacidade computacional.
A IA no cotidiano brasileiro: do varejo ao escritório
Enquanto o governo movimenta-se no campo das políticas públicas, o mercado já está transformando a experiência do consumidor brasileiro com a IA. A ferramenta brasileira Doris, por exemplo, permite simular como roupas ficariam em usuários com alta precisão, revolucionando a experiência de compra, especialmente em lojas físicas.
No campo profissional, plataformas de IA generativa estão sendo adotadas como alternativas acessíveis aos coaches de carreira tradicionais, oferecendo conselhos personalizados para currículos e entrevistas. É o tipo de aplicação que democratiza o acesso a serviços antes disponíveis apenas para quem podia pagar por consultoria especializada.
No campo da programação, ferramentas de IA estão transformando a codificação, tornando-a acessível a pessoas sem conhecimento técnico prévio. A promessa é que, no futuro, a programação possa ser realizada apenas por meio da interação em linguagem natural. Isso democratiza o desenvolvimento de software, mas também levanta questões sobre a qualidade do código e segurança de dados.
Os desafios da IA: do “estresse” à alucinação
Nem tudo são flores no avanço da IA. Um caso emblemático ocorreu recentemente quando a Justiça do Paraná rejeitou um recurso elaborado com inteligência artificial que inventou 43 jurisprudências inexistentes. O desembargador criticou duramente a defesa, enfatizando a obrigação dos advogados de revisar materiais gerados por IA.
Este caso ilustra um dos maiores desafios dos modelos generativos: a alucinação. Quando a IA cria informações falsas com aparência de verdade, o resultado pode ser desastroso, especialmente em contextos sensíveis como o jurídico.
Outro estudo interessante revelou que sistemas de IA, ao serem expostos a narrativas angustiantes, podem desenvolver um estado interno semelhante ao estresse humano. Isso levanta questões sobre como as emoções humanas podem ser relacionadas à IA e como isso impacta a qualidade das respostas que fornecem.
No campo tributário, um estudo recente analisou os riscos das alucinações em Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs), que podem gerar informações não verificáveis, colocando em risco a integridade da justiça tributária.
O lado humano da IA
Um aspecto frequentemente negligenciado no debate sobre IA é o trabalho humano por trás dos algoritmos. Brasileiros estão sendo pagos para treinar inteligência artificial a não sugerir frases problemáticas e a falar corretamente sobre assuntos sensíveis.
Essa abordagem destaca a importância do trabalho humano na evolução ética da IA, que sozinha é incapaz de categorizar e orientar informações adequadas. A necessidade de transparência sobre como os modelos de IA funcionam é fundamental para prevenir vieses indesejados e assegurar que a tecnologia seja usada para o bem.
O futuro do trabalho: o que Bill Gates diz sobre as profissões insubstituíveis
A discussão sobre automação e substituição de empregos continua acalorada. Bill Gates destacou recentemente profissões que permanecem insubstituíveis pela IA, enfatizando a importância da emoção e interações humanas. Áreas como educação, saúde e profissões criativas ainda exigem habilidades que vão além da automação.
Em minha experiência com o futuro do trabalho, tenho defendido o desenvolvimento do que chamo de habilidades CACACA: Criatividade e Autonomia; Colaboração e Adaptabilidade; Conexão e Afeto. São justamente essas habilidades que Gates destaca como insubstituíveis.
Contudo, um artigo do Poder360 alerta que a IA deixou de ser coadjuvante para assumir papel principal na arquitetura das decisões humanas. Algoritmos não só automatizam escolhas, mas as codificam, redefinindo quem (ou o quê) exerce influência nos processos decisórios.
O papel do Brasil na nova geopolítica da IA
O anúncio do Plano Brasileiro de IA não pode ser visto isoladamente. Ele se insere em um contexto geopolítico onde EUA e China disputam a liderança global em tecnologia. O Brasil, como maior economia da América Latina, tem a oportunidade de se posicionar como um hub regional de inovação em IA.
O investimento de R$ 23 bilhões até 2028 é comparável ao que países europeus estão fazendo, segundo a ministra Luciana Santos. Isso coloca o Brasil em uma posição competitiva, mas precisamos ir além dos recursos financeiros. É necessário um ecossistema que integre universidades, empresas, startups e governo em torno de objetivos comuns.
Em minha trajetória apoiando o desenvolvimento de ecossistemas de inovação, aprendi que não basta ter recursos – é preciso ter estratégia, pessoas capacitadas e um ambiente regulatório que estimule a inovação sem comprometer valores fundamentais como privacidade e segurança.
O que isso significa para empreendedores e profissionais brasileiros
Se você é um empreendedor ou profissional que busca se posicionar nesse novo cenário, alguns pontos são fundamentais:
- Capacitação contínua: As habilidades necessárias para trabalhar com IA estão em constante evolução
- Visão ética: Desenvolver soluções que equilibrem inovação e responsabilidade
- Foco em problemas locais: Aproveitar as oportunidades de desenvolver soluções adaptadas ao contexto brasileiro
- Colaboração: Buscar parcerias que complementem suas capacidades
Em meus programas de mentoria, tenho ajudado empreendedores a navegarem por essas águas complexas, identificando nichos de oportunidade e desenvolvendo estratégias que aproveitam o momento atual de transformação tecnológica. A janela de oportunidade está aberta, mas não permanecerá assim indefinidamente.
Conclusão: um momento decisivo
O Brasil está diante de um momento decisivo na corrida global da IA. O anúncio do investimento de R$ 23 bilhões sinaliza uma ambição nacional, mas os desafios permanecem enormes: formar talentos, desenvolver infraestrutura, estimular a inovação e regulamentar o setor de forma equilibrada.
A história da tecnologia nos ensina que não basta chegar tarde – é preciso chegar de forma diferenciada. O Brasil tem a oportunidade de construir um modelo próprio de desenvolvimento em IA, que aproveite nossas vantagens competitivas e aborde nossos desafios específicos.
Em meu trabalho como mentor e consultor de startups e empresas em transformação digital, tenho enfatizado a importância de uma abordagem estratégica para a IA. Não se trata apenas de adotar a tecnologia, mas de repensá-la a partir de nossas necessidades e valores.
O futuro da IA no Brasil está sendo escrito agora. E você, como pretende participar dessa história?
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