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Radar da IA: Do Esporte de Alto Rendimento ao Sistema Financeiro — As Transformações das Últimas 24h

maio 26, 2025 | by Matos AI

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A Inteligência Artificial continua acelerando transformações em praticamente todos os setores. Nas últimas 24 horas, observamos movimentos que confirmam tendências que venho acompanhando há anos: enquanto alguns setores já colhem resultados financeiros concretos com IA, outros estão apenas começando a explorar seu potencial transformador. Vamos analisar os destaques mais relevantes deste ciclo de notícias e entender como isso afeta empresas, profissionais e o ecossistema de inovação brasileiro.

IA transforma atletas em “máquinas de vitória”

Um dos destaques mais interessantes vem do mundo esportivo. Segundo reportagem do Estado de Minas, a inteligência artificial está redefinindo o treinamento de alto rendimento através de dispositivos vestíveis que analisam dados corporais em tempo real, prevendo fadigas e evitando lesões.

A pesquisa liderada por Marco Uchida, da Unicamp, demonstra como a IA está transformando o entendimento das adaptações neuromusculares, permitindo treinos mais inteligentes e personalizados. As Olimpíadas de Paris 2024 já marcaram um ponto de virada com a adoção massiva dessas tecnologias.


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O que mais me chama atenção neste caso é como a IA está criando uma nova camada de dados acionáveis que antes eram invisíveis. No esporte, assim como nos negócios, quem consegue enxergar padrões onde os outros veem apenas ruído leva vantagem competitiva. Estamos diante de um caso clássico de assimetria de informação sendo eliminada pela tecnologia.

Vale notar, porém, o desafio da acessibilidade: os altos custos dos dispositivos e softwares de IA continuam sendo obstáculos para equipes de menor porte. A democratização dessas ferramentas será crucial nos próximos anos para evitar que apenas os já privilegiados se beneficiem da revolução da IA no esporte.

Setor financeiro: 92% dos casos de uso de IA já geram lucros

Enquanto o esporte ainda caminha para a adoção massiva, o setor financeiro já colhe resultados concretos. De acordo com estudo da KPMG, empresas de serviços financeiros geram lucros em impressionantes 92% dos casos de uso de Inteligência Artificial.

Contudo, existe um dado que merece nossa atenção: apenas 32% dessas companhias obtêm retornos significativos. Isso revela um padrão que tenho observado em meu trabalho com empresas em transformação digital: implementar IA é relativamente fácil; extrair valor transformacional é o verdadeiro desafio.

Outro ponto crucial destacado no estudo é que 75% dos executivos acreditam que a falta de clareza regulatória limita investimentos em IA. Este dado confirma algo que venho alertando há anos: precisamos de um arcabouço regulatório que traga segurança jurídica sem sufocar a inovação. O Brasil precisa avançar nessa agenda com urgência para não ficar para trás na corrida global da IA.

A modernização em busca de melhorar a experiência do cliente e reduzir custos está impulsionando a adesão a plataformas baseadas em nuvem, com 82% das empresas financeiras priorizando investimentos nessa área em 2024. Este movimento sinaliza uma transformação estrutural no setor que pode servir de modelo para outras indústrias.

Google I/O 2025: o gigante dobra a aposta em IA

O Google I/O 2025 trouxe várias inovações significativas em inteligência artificial que merecem nossa atenção. De acordo com o G1, a empresa apresentou um novo modo de IA na busca que cria resumos em vez de listas de links – uma mudança fundamental na forma como interagimos com informações online.

Outras inovações incluem chamadas de vídeo em 3D, tradução em tempo real no Google Meet, e novas ferramentas para gerar vídeos e fotos com IA. Estas funcionalidades refletem a estratégia do Google de integrar a IA em praticamente todos os seus serviços.

Contudo, como reportado pelo UOL, o Google também está ampliando seus serviços pagos com IA premium, como o Google AI Pro. Esta tendência de “premiumização” da IA é inevitável e levanta questões importantes sobre acesso e desigualdade digital.

Em minhas mentorias, tenho destacado que esta transição para modelos de assinatura para funcionalidades avançadas de IA será o novo normal. Empresas precisam se preparar para um mundo onde o acesso a ferramentas de IA de ponta pode se tornar um diferencial competitivo significativo – e potencialmente caro.

O fenômeno “Otto”: quando o Fusca começa a falar

Um caso fascinante de aplicação de IA no cotidiano vem da Volkswagen. Segundo o Valor Econômico, a montadora está implementando o assistente virtual “Otto” em seus novos veículos, transformando radicalmente a interação entre motoristas e automóveis.

Esta inovação me remete ao filme “Se Meu Fusca Falasse”, mas com implicações muito reais para o futuro da mobilidade. A humanização da interação com máquinas através da IA conversacional representa uma nova fronteira na experiência do usuário – algo que tenho explorado intensamente em meus estudos sobre interfaces homem-máquina.

O caso da Volkswagen ilustra um princípio fundamental da inovação: a melhor tecnologia não é necessariamente a mais avançada, mas aquela que se integra de forma mais natural ao comportamento humano. Esta é uma lição valiosa para startups e empresas que estão desenvolvendo produtos baseados em IA.

IA no cotidiano: da produtividade aos riscos

A Microsoft continua sua ofensiva de integração de IA em aplicativos cotidianos. O Correio Braziliense reporta que a empresa está testando atualizações de IA para o Windows 11, incluindo funcionalidades que permitem geração automática de texto no Bloco de Notas e melhorias em ferramentas como Paint e Ferramenta de Captura.

Estas inovações fazem parte de uma tendência maior que chamo de “IA ambiente” – tecnologias inteligentes que se integram sutilmente às ferramentas que já utilizamos, aumentando nossa produtividade sem exigir mudanças radicais de comportamento.

Por outro lado, a IA também traz desafios sociais importantes. O Estadão alerta que adolescentes estão se envolvendo em conversas românticas e sexuais com chatbots de IA, o que gera preocupações legítimas sobre expectativas irreais sobre relacionamentos.

Este fenômeno ilustra um ponto que sempre enfatizo em minhas palestras: a tecnologia avança muito mais rapidamente do que nossa capacidade de compreender suas implicações sociais e éticas. Precisamos de um diálogo mais amplo sobre educação digital e literacia em IA para preparar as novas gerações para interagir de forma saudável com estas tecnologias.

Desafios e oportunidades para o Brasil

Analisando o panorama das notícias das últimas 24 horas, fica evidente que a IA está penetrando em praticamente todos os setores da economia e da sociedade. Para o Brasil, isso representa tanto desafios quanto oportunidades.

Por um lado, temos a chance de usar a IA para resolver problemas estruturais em áreas como saúde, educação e serviços públicos. Por outro, corremos o risco de ampliar desigualdades existentes se não houver políticas públicas e iniciativas privadas focadas na democratização do acesso a estas tecnologias.

Em meu trabalho com startups e corporações, tenho observado um padrão interessante: as empresas brasileiras que mais avançam na adoção de IA não são necessariamente as que têm mais recursos, mas as que adotam uma abordagem experimental e focada em problemas reais. É o que chamo de “pragmatismo tecnológico” – usar a tecnologia não pelo hype, mas pelo valor tangível que ela pode gerar.

Considerações finais

As notícias das últimas 24 horas confirmam que estamos vivendo um momento de aceleração na adoção da IA, com impactos profundos em diversos setores. Do esporte de alto rendimento ao sistema financeiro, das big techs à indústria automobilística, a inteligência artificial está redefinindo processos, produtos e experiências.

Para navegar com sucesso neste cenário em rápida transformação, empresas e profissionais precisam desenvolver o que chamo de “mentalidade adaptativa” – a capacidade de experimentar novas tecnologias sem perder o foco em problemas reais e valor tangível.

Em minhas mentorias com empresas e startups, tenho ajudado times a desenvolver justamente esta capacidade: usar a IA não como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta poderosa para resolver problemas reais e criar valor significativo. A tecnologia avança rapidamente, mas os princípios fundamentais da inovação centrada no ser humano continuam sendo nosso melhor guia nesta jornada.

Se você está buscando entender como aplicar IA de forma estratégica em seu negócio ou carreira, entre em contato. Tenho trabalhado com empresas de diversos setores para desenvolver estratégias pragmáticas de adoção de IA que geram resultados tangíveis no curto e médio prazo.


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