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Radar da IA: Goiás Lidera Regulamentação Nacional Enquanto Meta e Trump Avançam em Novas Fronteiras

maio 17, 2025 | by Matos AI

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Brasil Inicia Regulamentação de IA: Goiás Sai na Frente

O cenário de IA no Brasil ganhou um marco importante nas últimas 24 horas: Goiás se tornou o primeiro estado brasileiro a aprovar uma legislação específica para regulamentar o uso de inteligência artificial. A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o projeto que cria a Política Estadual de Fomento à Inovação em Inteligência Artificial, aguardando agora apenas a sanção do governador Ronaldo Caiado.

O projeto goiano não poderia ser mais oportuno. Enquanto acompanhamos o desenvolvimento acelerado da IA globalmente, temos visto no Brasil uma adoção crescente, mas ainda desordenada dessa tecnologia. A iniciativa de Goiás traz elementos muito interessantes, como a inclusão de disciplinas de IA no currículo escolar estadual e parcerias com o Sistema S para formação de profissionais especializados, além da criação de um Centro Estadual de Computação Aberta e IA em Goiânia.

Em minhas conversas com gestores públicos e líderes de ecossistemas de inovação, tenho destacado continuamente a necessidade de uma abordagem estruturada para a adoção de IA. Mais do que simplesmente implementar tecnologia, precisamos preparar as pessoas e criar ambientes adequados para o desenvolvimento responsável dessas soluções.


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Vale lembrar que no Congresso Nacional também tramita um projeto mais abrangente para regulamentar o uso e desenvolvimento da IA em todo o território brasileiro, contemplando temas como normas para uso em instituições públicas e questões relacionadas a direitos autorais. A iniciativa goiana pode servir como um caso-piloto importante para informar a legislação nacional.

O Perigo das “Alucinações” de IA no Sistema Judiciário

Um caso recente no STF revela os desafios que a IA generativa traz para o sistema judiciário brasileiro. O ministro Cristiano Zanin negou seguimento a uma reclamação constitucional cuja petição foi redigida com auxílio de inteligência artificial. O documento apresentava falhas graves, incluindo a menção a julgados inexistentes e atribuições incorretas a súmulas vinculantes.

Segundo reportagem do Migalhas, Zanin caracterizou o caso como má-fé processual, pois houve tentativa deliberada de falsear o contexto jurídico da ação. A petição continha inclusive marca d’água “Criado com MobiOffice” em todas as páginas.

Este caso ilustra perfeitamente o que venho alertando em minhas palestras sobre IA: a tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas seu uso inadequado pode gerar consequências graves. As chamadas “alucinações” de IA – quando os sistemas geram informações falsas mas apresentadas como verdadeiras – são particularmente problemáticas em contextos como o jurídico, onde a precisão factual é essencial.

No meu trabalho de mentoria com startups e empresas de tecnologia jurídica, sempre enfatizo a necessidade de sistemas de verificação robustos quando se implementa IA em fluxos de trabalho sensíveis. Não basta apenas adotar a tecnologia; é preciso garantir processos e supervisão humana adequados.

Meta Aposta Forte na IA Social, Mas Enfrenta Atrasos

A Meta continua sua ofensiva no campo da IA com o lançamento do aplicativo Meta AI, que combina geradores de conteúdo com ferramentas sociais. Segundo reportagem do UOL, o app permite que os usuários compartilhem suas criações, incentivando o uso da IA como uma nova forma de interação social.

Mark Zuckerberg tem deixado claro que a IA deve ter papel central em todos os aspectos da empresa, desde a publicidade até a interação pessoal através de chatbots. Esta abordagem representa uma evolução natural da missão original da Meta de conectar pessoas, agora potencializada por agentes de IA.

Ao mesmo tempo, o Estadão reporta que a empresa atrasou o lançamento de sua “super IA” devido a preocupações com a finalização de recursos tecnológicos que ainda não estão devidamente prontos para serem apresentados ao público.

Este atraso é significativo e revela um padrão que tenho observado no mercado de IA: a tensão entre o time-to-market e a necessidade de garantir segurança e qualidade. As empresas estão sob intensa pressão competitiva para lançar recursos de IA cada vez mais avançados, mas os riscos associados a um lançamento prematuro podem ser substanciais.

No meu trabalho com startups de tecnologia, tenho visto que as empresas que melhor navegam esse dilema são aquelas que conseguem estabelecer processos ágeis de desenvolvimento, mas mantendo rigorosos padrões de teste e validação. No meu mentoring, ajudo startups a encontrar esse equilíbrio crítico entre velocidade e responsabilidade.

A Geopolítica da IA: Trump e os Acordos com Emirados Árabes

No cenário internacional, um movimento importante: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou durante viagem ao Golfo que os Emirados Árabes Unidos poderão comprar semicondutores avançados de inteligência artificial de empresas norte-americanas. Segundo reportagem do Terra, este é um passo significativo para os esforços de Abu Dhabi de se tornar um centro global de IA.

Além disso, a viagem resultou em uma promessa da capital emiradense de aumentar o valor de seus investimentos em energia nos EUA para US$440 bilhões na próxima década. Este caso ilustra como a IA se tornou peça-chave nas relações geopolíticas e comerciais entre nações.

O acesso a semicondutores avançados é um gargalo crucial para o desenvolvimento de IA de ponta, e os países estão cada vez mais conscientes da importância estratégica desses componentes. Acompanho atentamente essa tendência desde que comecei a trabalhar com ecossistemas de inovação – a infraestrutura tecnológica de um país determina em grande parte sua capacidade de inovar e se manter competitivo.

Para o Brasil, isso traz lições importantes. Em meus diálogos com formuladores de políticas públicas e líderes empresariais, tenho enfatizado a necessidade de estratégias nacionais para fortalecer nossa cadeia de valor em tecnologias emergentes. Não podemos depender exclusivamente de importações em áreas tão estratégicas.

A Preocupação com Dados Pessoais em Treinamento de IA

A questão da privacidade continua sendo um dos temas mais sensíveis no avanço da IA. Com o crescimento acelerado das aplicações de inteligência artificial, cresce também a preocupação sobre como as empresas utilizam dados pessoais para treinar seus sistemas.

Segundo matéria do Terra, nos últimos anos, plataformas como LinkedIn, Meta e Google foram acusadas de coletar informações de usuários sem consentimento explícito. A falta de clareza nas políticas de privacidade e a ausência de notificações adequadas contribuem para essa desinformação.

Ferramentas como o site “Have I Been Trained” surgiram para ajudar usuários a descobrir se seus dados foram usados para treinar diferentes tipos de IA. Este tipo de iniciativa é fundamental para garantir maior transparência no ecossistema de IA.

Na minha experiência trabalhando com startups de tecnologia e grandes empresas, tenho observado uma evolução na conscientização sobre questões de privacidade, mas ainda estamos longe do ideal. As organizações que se anteciparem às demandas regulatórias e adotarem práticas transparentes terão vantagem competitiva significativa no médio prazo.

IA na Educação: Entre Conflitos e Possibilidades

Um caso interessante reportado pelo Tecnoblog levanta questões sobre o papel da IA na educação. Uma estudante da Universidade Northeastern registrou uma queixa formal contra um professor que utilizou chatbots de IA em documentos de aula. A aluna chegou a solicitar um reembolso de mais de US$ 8.000 referente à mensalidade, mas a universidade recusou, alegando que o uso de IA está dentro de sua política educacional.

Este caso evidencia um debate que tenho acompanhado de perto na minha atuação com neouniversidades e instituições de ensino inovadoras: qual o valor agregado pelos educadores humanos em um mundo onde a IA pode gerar conteúdos educacionais? Como equilibrar o uso de tecnologias avançadas com a expectativa de orientação humana personalizada?

Minha visão, baseada em anos desenvolvendo metodologias educacionais inovadoras, é que a IA deve ser uma ferramenta complementar, não um substituto para o educador. O professor que utiliza IA para potencializar sua capacidade de criar materiais e experiências de aprendizado pode oferecer um valor ainda maior aos alunos – desde que isso seja feito com transparência e que o docente adicione sua expertise e visão crítica ao processo.

Conclusão: O Brasil na Encruzilhada da IA

As notícias das últimas 24 horas mostram um panorama diversificado do avanço da IA, desde iniciativas regulatórias pioneiras como a de Goiás até os desafios éticos e práticos em áreas como o judiciário e a educação.

O Brasil se encontra em um momento crucial para definir como irá se posicionar neste cenário em rápida evolução. Temos exemplos inspiradores como a iniciativa goiana de regulamentação, mas também alertas como o caso da petição judicial baseada em IA com falsos precedentes.

Na minha trajetória apoiando mais de 10 mil startups e trabalhando com ecossistemas de inovação por todo o país, tenho visto um potencial enorme para que o Brasil se torne um protagonista regional em IA. Temos talentos, criatividade e um mercado interno significativo – ingredientes essenciais para um ecossistema de inovação vibrante.

No entanto, precisamos de mais iniciativas coordenadas entre governo, academia e setor privado para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento responsável da IA. Em minhas mentorias e consultorias, tenho ajudado organizações a construir estratégias de inovação que aproveitam as oportunidades da IA enquanto mitigam seus riscos.

Se você lidera uma empresa ou startup e quer entender como implementar IA de forma estratégica e responsável, ou se está buscando estruturar iniciativas de inovação em sua organização, entre em contato. Minha experiência com milhares de empreendimentos inovadores pode ajudar a traçar o caminho mais efetivo para sua transformação digital.


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