Radar da IA: Guerra dos Chips e Profissões Ameaçadas — O Que Aconteceu nas Últimas 24h
abril 18, 2025 | by Matos AI

O Xadrez Geopolítico da IA: EUA vs China
A guerra tecnológica entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo nas últimas 24 horas, com consequências que afetarão todo o mercado global de tecnologia – inclusive o Brasil. Donald Trump anunciou medidas para limitar a venda de chips de inteligência artificial para a China, provocando uma reação imediata de Pequim, que classificou a ação como “chantagem”.
A Nvidia, empresa dominante no mercado de chips para IA, confirmou a restrição de vendas para empresas chinesas, uma decisão que pode impactar em aproximadamente US$ 5,5 bilhões seu faturamento. Como consequência imediata, as bolsas americanas registraram quedas significativas, com o Dow Jones recuando 1,73% e o Nasdaq caindo 3,07%, segundo reportagem da Band.
Esse movimento não é apenas comercial, mas estratégico. O controle sobre os semicondutores avançados representa hoje um dos principais instrumentos de poder na era digital. Como analisa o colunista Diogo Cortiz, do UOL, embora os EUA liderem em patentes, a China está se fortalecendo rapidamente em produção científica, o que desperta temores em Washington sobre a crescente autossuficiência tecnológica chinesa.
Participe dos meus grupos de WhatsApp sobre IA Atualizações diárias das novidades mais relevantes no universo da IA e uma comunidade vibrante!
- IA para Negócios: com um olhar mais voltado para negócios.
- Criadores de IA: com um invés mais técnico.
O Brasil precisa entender que está diante de uma disputa geopolítica onde o controle da tecnologia de IA determinará a influência econômica e política das próximas décadas. Esta não é apenas uma guerra comercial, mas uma disputa por quem definirá as regras do jogo tecnológico global.
O Alerta Sobre Profissões em Risco
Enquanto a geopolítica avança, no campo profissional temos novos alertas sobre o impacto da IA no mercado de trabalho. Segundo declarações do investidor Victor Lazarte, duas profissões estão particularmente ameaçadas: advogados e recrutadores.
O alerta não se trata apenas de complementação de tarefas, mas de substituição efetiva. Com a automação de tarefas repetitivas e a adoção acelerada de ferramentas de IA nestes campos, há uma tendência de redução na demanda por esses profissionais. A pesquisa da Thomson Reuters de 2024 já identificou que a IA é a prioridade estratégica nas firmas de advocacia.
Em paralelo, um artigo do JOTA menciona que os auditores internos também estão sob ameaça, conforme apontado no Future of Jobs Report 2025 do Fórum Econômico Mundial. Há uma clara indicação de que estes profissionais precisarão se reinventar como “intérpretes de incertezas”, dominando tecnologia, análise de dados e competências humanas e éticas.
Essa realidade reforça o que venho observando há anos no ecossistema de inovação: a necessidade urgente de adaptação profissional não é uma opção, mas uma questão de sobrevivência no mercado. Em meus trabalhos de mentoria com profissionais em transição de carreira, percebo que aqueles que desenvolvem o que chamo de competências CACACA (Criatividade e Autonomia; Colaboração e Adaptabilidade; Conexão e Afeto) são os que conseguem se reposicionar com mais sucesso.
Novas Capacidades da IA: Visão, Raciocínio e Criação
A OpenAI segue estabelecendo novos marcos na evolução da inteligência artificial. A empresa anunciou avanços em sua tecnologia com novas versões capazes de processar e raciocinar sobre tarefas envolvendo imagens, um passo significativo para a construção de sistemas de IA mais inteligentes, conforme reportagem do Terra.
Essas novas capacidades representam uma evolução na forma como os sistemas de IA interagem com dados visuais, aproximando-se do raciocínio humano. Além disso, a OpenAI lançou o GPT-4.1, um modelo voltado especificamente para desenvolvedores, destacando-se por sua capacidade de processar códigos e longos contextos, de acordo com o Correio Braziliense.
No campo do armazenamento de conteúdo, o ChatGPT também inovou ao lançar uma biblioteca para armazenar imagens geradas pelos usuários, facilitando a visualização e edição dessas criações, segundo o TechTudo.
Este conjunto de inovações demonstra como a IA generativa está evoluindo de forma integrada, combinando processamento de linguagem, visão computacional e geração de conteúdo em sistemas cada vez mais sofisticados. Para empresas brasileiras, isso significa que a barreira de entrada para utilização destas tecnologias está diminuindo, enquanto suas capacidades aumentam exponencialmente.
A IA Transformando Indústrias: Da Música à Construção Civil
A inteligência artificial não está apenas transformando profissões, mas remodelando indústrias inteiras. Um caso notável é o setor musical, onde cerca de 18% das músicas disponíveis na plataforma Deezer já são geradas por IA – quase o dobro do registrado há apenas quatro meses, de acordo com reportagem da CNN Brasil. Isso levanta preocupações crescentes sobre direitos autorais e remuneração justa para artistas, evidenciadas pelo surgimento de ações judiciais por violações de direitos autorais.
Em um exemplo de impacto positivo, a IA está sendo aplicada na cadeia de suprimentos da construção civil, conseguindo reduzir até 40% das emissões de CO2 em obras, conforme publicado pelo Valor Econômico. A integração de dados sustentáveis permite melhor conformidade ambiental, com um impacto positivo significativo nas práticas comerciais. Um relatório da PwC mencionado na matéria prevê a geração de até US$ 15,7 trilhões em valor global por meio de IA até 2030.
A transformação de indústrias tradicionais pela IA representa tanto riscos quanto oportunidades. Em meus projetos de assessoria a empresas brasileiras, tenho visto que aquelas que conseguem identificar aplicações de IA para resolver problemas reais e específicos de suas indústrias são as que colhem os maiores benefícios desta revolução tecnológica.
As Preocupações Regulatórias e Éticas
O avanço acelerado da IA também traz à tona questões regulatórias e éticas cruciais. Nos Estados Unidos, quase 50 democratas da Câmara pediram que o governo Trump cesse o uso de sistemas de IA não autorizados, citando preocupações com segurança e privacidade, conforme reportagem do Terra. A carta destaca os riscos associados a monitoramentos feitos por IA e o uso por empresas como a xAI de Elon Musk.
No campo jurídico, um autor critica em artigo no Consultor Jurídico a influência da IA nas decisões judiciais, citando exemplos de precedentes manipulados e a possibilidade de obsolescência do raciocínio jurídico humano, alertando sobre o risco de uma “sociedade dos juristas mortos”.
O Brasil ainda caminha a passos lentos na regulamentação da IA, mas precisamos avançar nessa discussão com urgência. Em diversos fóruns e debates sobre políticas públicas dos quais participo, tenho defendido a necessidade de um marco regulatório que proteja os cidadãos sem impedir a inovação – um equilíbrio delicado, mas necessário.
Conclusão: O Brasil no Contexto Global da IA
As notícias das últimas 24 horas mostram claramente que estamos no meio de uma transformação profunda impulsionada pela inteligência artificial. A disputa geopolítica por chips, as novas capacidades dos sistemas de IA e as transformações no mercado de trabalho são apenas algumas facetas dessa revolução.
Para o Brasil, esse cenário representa tanto ameaças quanto oportunidades. Por um lado, corremos o risco de ficarmos ainda mais dependentes tecnologicamente e vermos empregos desaparecerem. Por outro, temos a chance de nos posicionarmos estrategicamente em nichos onde podemos desenvolver soluções de IA adaptadas à nossa realidade.
O que determina de que lado ficamos – o dos que apenas consomem ou o dos que também produzem tecnologia – são as decisões que tomamos agora, tanto no nível individual quanto no corporativo e governamental.
Em meu trabalho de mentoria com startups e corporações, tenho ajudado organizações a desenvolverem estratégias práticas para incorporar a IA em seus negócios de forma responsável e competitiva. É possível aproveitar esta onda tecnológica para resolver problemas reais, gerar valor e, ao mesmo tempo, preparar nossos profissionais para os desafios que se aproximam.
A IA não é apenas uma tecnologia, mas um novo paradigma que está redefinindo como trabalhamos, criamos e nos organizamos. O Brasil tem talento e criatividade para participar ativamente dessa revolução – precisamos apenas da visão e da coragem para dar os próximos passos.
✨Gostou? Você pode se cadastrar para receber em seu e-mail as newsletters da 10K Digital, curadas por mim, com o melhor conteúdo sobre IA e negócios.
➡️ Acesse aqui a Comunidade 10K
POSTAGENS RELACIONADAS
Ver tudo