Radar da IA: Setor de Telecom Deve Movimentar US$ 11 Trilhões até 2030 e Apple Renova iPads com Foco em IA

A combinação entre internet e inteligência artificial (IA) está criando uma verdadeira revolução no cenário tecnológico e econômico global. A cada dia, vemos novos movimentos que confirmam essa tendência. As últimas 24 horas foram particularmente intensas em termos de novidades, com anúncios importantes sobre o mercado de telecomunicações, lançamentos da Apple e avanços na regulação.

O Boom das Telecomunicações Impulsionado pela IA

Um dos destaques mais significativos vem do setor de telecomunicações. De acordo com um novo estudo da GSMA (associação global das operadoras), a combinação de internet e IA deve impulsionar de forma expressiva os negócios globais nos próximos anos. Segundo o levantamento, em 2024, o setor já responde por impressionantes 5,8% do PIB mundial, movimentando US$ 6,5 trilhões. A previsão é que até 2030, essa participação salte para 8,4%, o que representaria cerca de US$ 11 trilhões.

Esse crescimento não é por acaso. A demanda por conectividade aliada à inteligência artificial virá principalmente do setor industrial, com o avanço das redes privativas, uso de sensores, câmeras, drones, robôs e equipamentos automatizados. Estamos falando de um salto de produtividade sem precedentes.

Em meu trabalho com startups do setor de tecnologia, tenho percebido um movimento crescente de empreendedores buscando oportunidades nessa interseção entre telecomunicações e IA. E não é para menos: os números mostram que esse é um caminho com enorme potencial.

Apple e o Movimento Estratégico com iPads Potencializados por IA

Outro movimento significativo das últimas horas veio da Apple, que anunciou sua nova linha de iPads. O destaque fica por conta do iPad Air equipado com o chip M3, especialmente projetado para suportar aplicações de IA. De acordo com o anúncio, os novos modelos oferecem desempenho até duas vezes maior em relação à geração anterior com chip M1.

No Brasil, os preços variam de R$ 4.499 para o modelo básico com chip A16 até R$ 15.999 para as versões mais avançadas. É um investimento considerável, mas que demonstra o quanto a Apple está apostando na IA como diferencial competitivo para seus dispositivos.

Isso nos leva a um ponto interessante: mesmo com toda sua força no mercado, a Apple está enfrentando dificuldades para contratar talentos especializados em IA. Segundo reportagem da InfoMoney, a empresa planeja contratar 20 mil funcionários nos próximos anos, mas está encontrando barreiras devido à escassez de profissionais qualificados, especialmente em áreas como pesquisa e desenvolvimento, engenharia de silício e IA.

Este cenário reforça algo que venho falando há anos: precisamos acelerar a formação de talentos em tecnologia no Brasil. A demanda por profissionais qualificados em IA só tende a aumentar, e quem se preparar agora estará em posição privilegiada no mercado.

A Corrida Regulatória: 2025 Será Decisivo para a IA no Brasil

Enquanto as empresas avançam rapidamente, o cenário regulatório tenta acompanhar o ritmo. De acordo com o Valor Econômico, 2025 promete ser um ano decisivo para a regulação da IA no Brasil. O Projeto de Lei nº 2.338/2023, que propõe o Marco Legal de IA e tramita atualmente na Câmara dos Deputados, será peça-chave nessa discussão.

Uma das questões centrais do debate é: como conciliar a proteção dos direitos autorais com o desenvolvimento da IA? Este é um ponto crítico que precisará ser cuidadosamente avaliado, envolvendo a comunidade técnica no processo de construção regulatória.

Tenho acompanhado de perto estas discussões, e percebo que estamos em um momento delicado. Por um lado, precisamos de regras claras que protejam direitos e evitem abusos. Por outro, não podemos sufocar a inovação com regulações excessivas. O equilíbrio é fundamental.

Os Riscos da IA Sem Controle: Lições dos EUA

Falando em regulação, um caso recente nos Estados Unidos mostra os riscos do uso irresponsável da IA. Segundo o Consultor Jurídico, tribunais americanos estão implementando multas para advogados que citam precedentes inexistentes gerados por IA em suas petições.

Um exemplo é o caso envolvendo a banca Morgan & Morgan, onde três advogados foram multados em valores que variam de US$ 1 mil a US$ 3 mil por citarem oito precedentes falsos em um processo contra o Walmart. A mensagem é clara: a IA pode trazer eficiência, mas a responsabilidade final é humana.

Este caso traz uma reflexão importante para qualquer profissional ou empresa utilizando ferramentas de IA: é essencial manter o controle humano e a verificação criteriosa do que é produzido por essas tecnologias. No meu mentoring para startups, sempre reforço que a IA deve ser uma aliada, nunca um substituto para o julgamento humano.

A Terceira Onda da IA: Os Agentes de Inteligência Artificial

Durante o Mobile World Congress (MWC), um dos temas mais discutidos foi o que está sendo chamado de “terceira onda da IA”: os agentes de inteligência artificial. Segundo o Meio & Mensagem, uma das cúpulas do evento foi inteiramente dedicada à inteligência artificial, explorando a jornada transformadora da IA generativa nas empresas.

Estes agentes de IA representam um avanço significativo em relação às ferramentas atuais. Em vez de simplesmente responder a comandos específicos, eles podem agir de forma mais autônoma, realizando tarefas complexas com menor intervenção humana. É um passo além da IA generativa que conhecemos hoje.

O interesse por esta nova fase é enorme, mas também traz desafios para as organizações, especialmente na integração de dados e na adaptação dos processos de trabalho. As empresas de telecomunicações, em particular, estão enfrentando uma jornada transformacional para incorporar essas tecnologias.

A Competição Global: Smartphones Chineses e a IA do Google

Outro movimento interessante observado nas últimas horas foi a estratégia das fabricantes chinesas de smartphones, como Xiaomi, Honor e Oppo, que estão apostando na IA do Google para competir globalmente. De acordo com O Cafezinho, durante o MWC Barcelona 2025, essas empresas apresentaram dispositivos com recursos de IA desenvolvidos em parceria com o Google.

Entre as funcionalidades destacadas estão os “apagadores de IA” para remover objetos indesejados em fotos e assistentes virtuais mais capazes. A integração do Gemini com smartphones chineses permite funcionalidades avançadas que colocam esses dispositivos em condição de competir com os principais players do mercado.

Esta tendência mostra como a IA está se tornando um diferencial competitivo essencial no mercado de smartphones. Não é mais suficiente ter um hardware potente – a inteligência do software é o que realmente distingue um dispositivo premium hoje.

O Alerta de Steve Wozniak: Ética e Transparência na IA

Para encerrar este panorama, não poderia deixar de mencionar o alerta feito por Steve Wozniak, cofundador da Apple. Segundo o Hardware.com.br, durante o Mobile World Congress 2025, Wozniak defendeu que a IA deve ser utilizada de maneira mais clara e ética.

Em sua fala, ele manifestou preocupação com a falta de transparência sobre conteúdos gerados por IA, o que pode prejudicar a confiabilidade das informações. Também destacou os riscos da tecnologia quando utilizada para fins maliciosos.

A posição de Wozniak reforça algo que tenho defendido constantemente: precisamos de princípios éticos sólidos guiando o desenvolvimento e uso da IA. Transparência, responsabilidade e priorização do bem-estar humano devem estar no centro desse avanço tecnológico.

O Que Podemos Esperar?

Analisando todos esses movimentos das últimas 24 horas, fica claro que estamos em um momento de aceleração no ecossistema de IA. O crescimento exponencial previsto para o setor de telecomunicações, os novos dispositivos com capacidades avançadas de IA, os avanços regulatórios e os alertas éticos formam um panorama completo dos desafios e oportunidades que temos pela frente.

Para empreendedores e líderes de inovação, é hora de considerar seriamente como a IA pode ser integrada às estratégias de negócio. Não como um modismo tecnológico, mas como uma ferramenta fundamental para ganhar eficiência, criar novos produtos e serviços, e se manter competitivo.

Ao mesmo tempo, é essencial investir na formação e atração de talentos especializados em IA. Como vimos no caso da Apple, mesmo as maiores empresas do mundo estão enfrentando dificuldades nesse sentido. Quem conseguir formar e reter esses profissionais terá uma vantagem competitiva significativa.

Em meus programas de mentoria para startups, tenho focado cada vez mais na capacitação em IA e na incorporação responsável dessas tecnologias nos modelos de negócio. A janela de oportunidade está aberta, mas é preciso agir com estratégia e responsabilidade.

O radar da IA continuará ativo, e estarei acompanhando de perto os próximos desenvolvimentos para compartilhar aqui insights que possam ajudar você a navegar nesse cenário em constante evolução.