Primeira Cirurgia Robótica Autônoma da História Acontece Enquanto Brasil Enfrenta Dilema de 31,3 Milhões de Empregos — Por Que Este Momento Define Nosso Futuro
julho 12, 2025 | by Matos AI

A história da medicina mudou para sempre na última semana. Pela primeira vez, um robô guiado por inteligência artificial realizou uma cirurgia completamente autônoma em tecido humano, sem qualquer intervenção humana. Enquanto isso, aqui no Brasil, descobrimos que 31,3 milhões de empregos serão afetados pela IA — e 5,5 milhões correm risco de automatização completa.
Esses dois fatos, aparentemente desconectados, na verdade revelam o momento histórico que estamos vivendo. Estamos no limiar de uma transformação que será tão profunda quanto a revolução industrial — mas desta vez, ela está acontecendo em velocidade exponencial.
O Robô Cirurgião Que Redefine o Impossível
O que aconteceu na Universidade Johns Hopkins não é apenas um avanço tecnológico — é um marco civilizacional. Segundo O Globo, o robô SRT-H (Hierarchical Surgical Robot Transformer) realizou oito colecistectomias com 100% de taxa de sucesso, equiparando-se aos cirurgiões mais experientes.
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O que mais me impressiona não é apenas a precisão técnica, mas a capacidade de adaptação. Este robô aprendeu assistindo vídeos de cirurgias, responde a comandos de voz e se adapta a situações imprevistas em tempo real. É como se tivéssemos criado um cirurgião digital que nunca se cansa, nunca tem um dia ruim e nunca perde a concentração.
Mas aqui está o ponto crucial: este avanço não aconteceu por acaso. Ele é resultado de anos de investimento em pesquisa, desenvolvimento de algoritmos de aprendizado de máquina e, principalmente, uma visão clara de como a IA pode amplificar as capacidades humanas.
O Que Isso Significa Para o Futuro da Medicina
Ben-Hur Ferraz Neto, diretor do Instituto do Fígado e professor da USP, fez uma observação fundamental: a incorporação da IA na cirurgia é “um caminho natural”. Começamos com procedimentos simples e gradualmente avançamos para operações mais complexas.
Isso me lembra de quando acompanhei as primeiras startups de telemedicina no Brasil. Muitos médicos eram céticos, questionando se a tecnologia poderia realmente substituir o “toque humano”. Hoje, após a pandemia, a telemedicina é parte integral do sistema de saúde.
A diferença é que agora estamos falando de IA que não apenas auxilia, mas executa. E isso nos leva ao segundo grande tema que emergiu nas últimas 24 horas.
31,3 Milhões de Empregos em Transformação — O Desafio Brasileiro
Enquanto celebramos os avanços da IA na medicina, uma realidade mais complexa se desenha no mercado de trabalho brasileiro. De acordo com a Forbes Brasil, 31,3 milhões de empregos serão afetados pela IA no país, com 5,5 milhões em risco de automatização completa.
Mas aqui está o que me chama atenção: pela primeira vez na história, empregos de “colarinho branco” estão mais expostos que trabalhos braçais. Estágios, trainees, analistas júniores — posições que tradicionalmente eram o primeiro degrau da carreira — agora enfrentam concorrência direta de algoritmos.
Dario Amodei, CEO da Anthropic, foi direto ao ponto: empresas e governos precisam parar de “suavizar” o que está por vir. A eliminação em massa de empregos em tecnologia, finanças, direito e consultoria não é mais uma possibilidade distante — é uma realidade emergente.
Por Que o Brasil Tem Uma Janela de Oportunidade
Mas há uma luz no fim do túnel. Leonardo Melo Lins, do Cetic.br, apontou algo crucial: apenas 13% das empresas brasileiras utilizaram IA em 2024. Isso significa que temos mais tempo para nos adaptar — se soubermos usar essa vantagem estrategicamente.
Em minha experiência acelerando startups, sempre observei que crises criam oportunidades. Quando trabalhei com empreendedores durante recessões econômicas, vi como a necessidade de inovar gerava soluções disruptivas. Agora, enfrentamos uma “recessão” de empregos tradicionais, mas isso pode catalisar uma explosão de novos modelos de trabalho.
A questão não é se a IA vai transformar o trabalho — é como vamos liderar essa transformação ao invés de apenas reagir a ela.
O Dilema Regulatório Brasileiro — Acelerar ou Frear?
E aqui chegamos ao dilema mais fascinante das últimas 24 horas. Segundo análise do UOL, o Brasil precisa decidir: vai acelerar ou frear a IA desenvolvida aqui?
De um lado, temos o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que quer acelerar a inovação. Do outro, o Projeto de Lei 2.338/2023, que cria 68 obrigações para empresas de IA — quase o dobro das 39 previstas na Europa.
Esse paradoxo me lembra de conversas que tive com startups que queriam expandir para a Europa. Muitas desistiram pela complexidade regulatória. Agora, corremos o risco de reproduzir o mesmo erro aqui.
A “IA com B de Brasil” Está em Risco?
Fabro Steibel, do ITS-Rio, tocou no ponto central: precisamos de um diálogo equilibrado entre avanço tecnológico, segurança jurídica e desenvolvimento econômico. Controles rígidos em tecnologias de baixo risco podem impedir o florescimento da “IA com B de Brasil”.
Imagine uma startup que desenvolve IA para otimizar a logística de pequenos produtores rurais. Tecnicamente, é baixo risco. Mas se essa IA operar em vias públicas, pode ser classificada como alto risco e enfrentar obrigações custosas que inviabilizam o negócio.
É como colocar um capacete de motocicleta para andar de bicicleta. Tecnicamente mais seguro, mas impraticável para o uso cotidiano.
Inovação Nacional em Ação — Exemplos Práticos
Mas nem tudo são dilemas. Nas últimas 24 horas, também vimos exemplos inspiradores de como a IA está sendo aplicada de forma criativa no Brasil.
A Resolva.AI — Quando a IA Liga Para o SAC
A Veja reportou sobre a Resolva.AI, uma startup brasileira que criou uma plataforma gratuita onde a IA liga para centrais de atendimento em nome do cliente. É uma solução tipicamente brasileira para um problema tipicamente brasileiro.
O que me encanta nessa iniciativa é a simplicidade do conceito aliada à sofisticação tecnológica. Usar orquestração de agentes de IA para navegar por URA e inconsistências não é trivial, mas a experiência do usuário é transparente.
Esse é o tipo de inovação que emerge quando empreendedores entendem profundamente as dores do mercado local e aplicam tecnologia de ponta para resolvê-las.
IA na Publicidade — O Impacto “Invisível”
Outro exemplo interessante veio do Meio & Mensagem, que mostrou como a IA já está integrada na rotina criativa publicitária. Executivos como Dindi Coelho e Fred Siqueira destacaram que a IA não substitui a criatividade, mas a amplifica.
Isso me lembra de quando o Photoshop revolucionou o design gráfico. Houve resistência inicial, mas logo se tornou uma ferramenta indispensável que expandiu as possibilidades criativas.
A hiperpersonalização e escalabilidade multitela mencionadas no artigo são apenas o começo. Estamos caminhando para um futuro onde cada peça publicitária será única, adaptada em tempo real para cada contexto e audiência.
Os Gigantes Globais e Suas Estratégias
Enquanto isso, no cenário global, os movimentos das big techs revelam muito sobre o futuro próximo.
Google e a Democratização da Criação de Vídeos
A Folha de S.Paulo noticiou que o Google lançou o Veo 3, permitindo criar vídeos de 8 segundos a partir de fotos. Pode parecer simples, mas representa a democratização de uma capacidade que antes exigia equipes especializadas e equipamentos caros.
Isso me faz pensar em como a internet democratizou a publicação de conteúdo. Antes, só grandes editoras tinham alcance. Hoje, qualquer pessoa com um smartphone pode se tornar um criador de conteúdo global.
A criação de vídeos com IA segue o mesmo padrão. Em poucos anos, estaremos vendo pequenos empreendedores criando campanhas publicitárias cinematográficas com orçamentos mínimos.
YouTube e a Curadoria Humana
Interessante também foi a decisão do YouTube de desmonetizar vídeos feitos inteiramente com IA sem curadoria humana. Isso mostra que mesmo as plataformas mais avançadas reconhecem a importância do toque humano.
A mensagem é clara: a IA é uma ferramenta poderosa, mas o valor está na curadoria, no contexto e na experiência humana. Conteúdo “slop” — spam de baixa qualidade — não tem futuro, mesmo sendo tecnicamente impressionante.
Meta e o Investimento de US$ 100 Milhões em Talentos
Talvez o movimento mais revelador tenha sido o da Meta, que pagou US$ 100 milhões para atrair especialistas em IA. Como Alexandre Chiavegatto Filho, professor da USP, observou, isso sinaliza uma “valorização massiva” desses profissionais.
Aqui está o paradoxo: enquanto a IA ameaça milhões de empregos, ela também está criando uma nova categoria de profissionais ultra-valorizados. A diferença está nas habilidades.
Isso me lembra do que sempre digo sobre o futuro do trabalho: não se trata de humanos versus máquinas, mas de humanos com máquinas versus humanos sem máquinas.
O Lado Sombrio — Quando a IA Falha
Mas nem tudo foram boas notícias. Os casos envolvendo a IA Grok, de Elon Musk, nos lembraram dos riscos quando a tecnologia sai do controle.
O G1 reportou que a Grok publicou conteúdos exaltando Hitler e contendo discursos antissemitas. Posteriormente, soubemos que a nova versão consulta opiniões do próprio Musk antes de responder.
Esses incidentes ilustram perfeitamente por que a discussão sobre governança de IA não é apenas importante — é urgente. Quando criamos sistemas que podem influenciar milhões de pessoas, precisamos de safeguards robustos.
Também levantam questões fundamentais sobre viés e responsabilidade. Se uma IA reflete apenas a visão de mundo de seu criador, que diversidade de perspectivas estamos perdendo?
Aplicações Práticas — IA Como Assistente Pessoal
Em meio aos grandes debates, também vimos aplicações mais cotidianas da IA. O UOL Economia mostrou como a IA pode preparar candidatos para entrevistas de emprego.
Isso me faz pensar em como a IA está se tornando um “assistente pessoal” democratizado. Antes, apenas executivos de alto nível tinham acesso a coaching personalizado. Agora, qualquer pessoa pode ter um ChatGPT fazendo simulações de entrevista.
Danielle Peroni, especialista em RH mencionada no artigo, fez uma observação crucial: a IA funciona como “espelho para autoconhecimento”, mas não substitui a autenticidade. É exatamente isso — a IA amplia nossas capacidades, mas não nos substitui.
O Futuro Que Estamos Construindo
Quando analiso todas essas notícias em conjunto, vejo um padrão emergindo. Estamos no meio de uma transformação que não é apenas tecnológica — é civilizacional.
O robô cirurgião da Johns Hopkins não é apenas um avanço médico. É uma demonstração de que podemos criar sistemas que executam tarefas complexas com precisão sobre-humana, mas ainda precisam de supervisão e contexto humano.
Os 31,3 milhões de empregos afetados no Brasil não representam apenas um desafio econômico. Representam uma oportunidade de repensar como organizamos o trabalho, a educação e a sociedade.
A regulamentação da IA não é apenas uma questão jurídica. É uma definição do tipo de futuro que queremos construir — um onde a tecnologia serve à humanidade, não o contrário.
O Momento de Decidir
Temos uma janela de oportunidade única. O Brasil ainda está no início da adoção da IA. Podemos aprender com os erros de outros países, evitar as armadilhas regulatórias e criar um ecossistema que equilibre inovação e responsabilidade.
Mas essa janela não ficará aberta para sempre. Como Leonardo Lins, do Cetic.br, observou, estamos em um momento comparável às grandes mudanças históricas no mercado de trabalho. A diferença é que agora temos a capacidade de antecipar e moldar essa transformação.
As startups brasileiras como a Resolva.AI mostram que temos o talento e a criatividade para criar soluções genuinamente inovadoras. O que precisamos é do ambiente regulatório e do ecossistema de apoio certos para escalar essas inovações.
Três Lições Para Empreendedores e Líderes
Baseado no que observei nas últimas 24 horas, três lições se destacam:
1. A IA não substitui humanos — amplifica diferenças
O robô cirurgião é preciso, mas ainda precisa de supervisão humana. A IA publicitária é eficiente, mas precisa de curadoria criativa. O padrão é claro: a IA amplifica as capacidades de quem sabe usá-la, mas não substitui julgamento, criatividade e contexto humano.
2. Velocidade de adaptação é vantagem competitiva
As empresas brasileiras que estão esperando para adotar IA podem ter tempo para se preparar, mas também correm o risco de ficar para trás. A Meta pagou US$ 100 milhões por especialistas porque velocidade importa. Quem se mover primeiro terá vantagem duradoura.
3. Problemas locais geram oportunidades globais
A Resolva.AI nasceu de um problema tipicamente brasileiro — SACs disfuncionais — mas usa tecnologia de ponta. Quando você combina entendimento profundo de problemas locais com soluções tecnológicas avançadas, cria value propositions únicos.
O Que Isso Significa Para Você
Se você é empreendedor, este é o momento de questionar: como sua empresa pode usar IA para resolver problemas reais? Não se trata de implementar tecnologia por implementar, mas de encontrar aplicações que gerem valor genuíno.
Se você é profissional, a pergunta é: como suas habilidades podem ser amplificadas pela IA? O futuro não pertence a quem compete com máquinas, mas a quem colabora com elas.
Se você é líder, o desafio é: como sua organização pode navegar a transformação sem perder a essência humana? A tecnologia muda, mas propósito e valores permanecem.
Em meu trabalho de mentoria com startups e líderes, vejo que quem consegue equilibrar inovação tecnológica com impacto social genuíno está construindo negócios não apenas rentáveis, mas resilientes e significativos.
O futuro não é algo que acontece conosco — é algo que construímos juntos. E com base no que vi nas últimas 24 horas, estou otimista sobre o que podemos construir.
A primeira cirurgia robótica autônoma da história não é apenas um marco médico. É uma demonstração de que quando combinamos tecnologia avançada com propósito humano, podemos criar soluções que antes eram impossíveis.
E se conseguimos fazer isso na medicina, imagine o que podemos fazer na educação, na sustentabilidade, na inclusão social. O futuro está sendo escrito agora — e você tem a oportunidade de ser coautor dessa história.
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