Radar da IA: Das Vendas Imobiliárias à Substituição Profissional — O Impacto Ambivalente da Tecnologia nas Últimas 24h
maio 9, 2025 | by Matos AI

A inteligência artificial continua avançando em diversas frentes, redesenhando setores tradicionais e levantando questões profundas sobre o futuro do trabalho. Nas últimas 24 horas, um conjunto de notícias revelou o impacto ambivalente dessa tecnologia: de um lado, resultados extraordinários em áreas como o mercado imobiliário; de outro, desafios éticos e alertas sobre a substituição de profissões inteiras.
IA no mercado imobiliário: 200% de aumento nas conversões
Um dos destaques do dia é a transformação que a IA está promovendo no mercado imobiliário. Especialistas relatam um impressionante aumento de 200% na conversão de leads em clientes após a implementação de soluções baseadas em IA, segundo reportagem do Terra.
Essa transformação não é apenas sobre números impressionantes, mas sobre a identificação precisa de falhas no atendimento humano tradicional. Rayniere Evangelista, da BRN Construtora, aponta que a falta de agilidade e deficiências na compreensão das necessidades dos clientes são problemas comuns que a IA consegue contornar, resultando em maior eficiência nas vendas.
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O que vejo neste caso é um exemplo clássico de como a tecnologia pode complementar capacidades humanas. Os sistemas de atendimento automatizado conseguem ser ágeis, personalizados e escaláveis, criando uma primeira camada de interação que qualifica melhor os potenciais compradores antes mesmo do contato humano.
É interessante notar como a adoção da IA varia conforme o segmento imobiliário:
- Em imóveis populares: maior eficácia em vendas de ponta a ponta
- Em imóveis de médio e alto padrão: tecnologia como suporte ao trabalho dos corretores
Essa diferenciação demonstra um ponto que sempre destaco nas minhas mentorias: a tecnologia precisa ser implementada considerando as particularidades do contexto. Não existe solução única, e os melhores resultados surgem quando entendemos que diferentes níveis de automação são adequados para diferentes situações.
A face controversa: IA para negar tratamentos médicos?
Enquanto vemos casos de sucesso no setor imobiliário, também surgem exemplos preocupantes sobre o uso antiético da tecnologia. A UnitedHealth Group, uma das maiores empresas de saúde dos Estados Unidos, está sendo investigada por supostamente usar algoritmos para negar tratamentos a pacientes idosos, conforme reportado pelo O Antagonista.
Documentos judiciais apontam o uso de um programa chamado ‘nH Predict’ para recomendar alta precoce de pacientes, mesmo contra recomendações médicas. A empresa nega que os sistemas tomem decisões finais sobre cobertura, afirmando que mais de 90% dos sinistros são processados sem uso de IA.
Este caso ilustra perfeitamente o dilema ético que sempre discuto em minhas palestras sobre IA: em que medida devemos delegar decisões críticas a algoritmos? Especialmente quando essas decisões afetam diretamente a saúde e bem-estar das pessoas.
O paradoxo é que a mesma empresa também desenvolve ferramentas positivas, como sistemas que transcrevem consultas, chatbots para localizar médicos e programas que analisam prontuários para sugerir diagnósticos. Isso reforça que a tecnologia em si não é boa nem má – o que importa é como escolhemos aplicá-la.
“A IA vai tirar o emprego de todos” – O alerta do CEO da Fiverr
Um dos alertas mais contundentes veio de Micha Kaufman, CEO da Fiverr, plataforma global de freelancers. Em comunicado aos funcionários, ele afirmou categoricamente que todos os empregos estão em risco, inclusive o dele próprio, conforme reportado pelo Brazil Journal.
Kaufman apresenta uma visão interessante sobre como a IA está redefinindo o que consideramos tarefas fáceis, difíceis e impossíveis:
- O que era considerado “tarefa fácil” simplesmente não existirá mais
- O que era “tarefa difícil” será o novo fácil
- O que era “tarefa impossível” será o novo difícil
Essa redefinição do espectro de complexidade das tarefas é algo que observo constantemente em meu trabalho com startups e empresas em transformação digital. A velocidade com que tarefas antes consideradas exclusivamente humanas estão sendo automatizadas surpreende até mesmo os mais otimistas sobre o potencial da tecnologia.
Kaufman sugere caminhos para os profissionais se adaptarem a esse novo cenário:
- Estudar e dominar as soluções mais recentes de IA
- Participar ativamente para tornar suas organizações mais eficientes
- Tornar-se engenheiro de prompts
- Criar suas próprias oportunidades de aprendizado e crescimento
No meu trabalho de mentoria com profissionais e empresas, tenho enfatizado exatamente esses pontos. O futuro não pertence a quem teme a IA, mas a quem aprende a orquestrá-la – transformando-a de ameaça em aliada estratégica.
Comandos de IA que podem salvar sua carreira
Falando em aprender a trabalhar com IA, especialistas da Anthropic compartilharam os três principais tipos de comandos que diferenciam os usuários comuns daqueles que realmente obtêm resultados significativos com ferramentas como o ChatGPT, segundo o Estadão.
A equipe da Anthropic destaca três elementos fundamentais:
- Comunicação clara e detalhada: fornecer o máximo de informações relevantes ao interagir com a IA
- Leitura crítica e adaptação das respostas: não aceitar passivamente o que a IA produz, mas analisar e refinar
- Experimentação contínua: aprendizado por tentativa e erro, testando diferentes abordagens
Esses princípios ressoam profundamente com o que venho observando nos meus grupos de WhatsApp sobre IA para Negócios e Criadores de IA. Os profissionais que mais se destacam são justamente aqueles que desenvolveram a habilidade de “conversar” eficientemente com os sistemas de IA, extraindo deles resultados superiores.
É curioso como essa capacidade de comunicação com máquinas está se tornando uma competência profissional tão valorizada. Na minha visão, estamos testemunhando o surgimento de uma nova forma de alfabetização tecnológica – não basta saber usar ferramentas digitais, é preciso saber instruí-las e colaborar com elas.
IA no cotidiano: editando pessoas e objetos das suas fotos
Em um exemplo prático de como a IA está chegando ao usuário comum, diversos smartphones agora permitem remover pessoas e objetos de fotos com facilidade, graças à inteligência artificial embarcada. Modelos como Samsung Galaxy A35, Motorola Edge 50 Fusion 5G e iPhone 16 já oferecem essa funcionalidade nativamente, conforme reportado pelo UOL.
O processo é surpreendentemente simples e intuitivo:
- Seleção do objeto a ser removido
- Análise dos pixels ao redor pela IA
- Preenchimento automático do espaço vazio
Esse tipo de funcionalidade representa bem o que chamo de “democratização da IA” – recursos que antes exigiam softwares profissionais complexos agora estão disponíveis para qualquer pessoa com um smartphone moderno. O impacto dessa democratização vai muito além da edição de fotos; estamos vendo ferramentas cada vez mais poderosas chegando às mãos de pessoas comuns.
Ao mesmo tempo, esse exemplo levanta questões sobre a ética na manipulação de imagens e o conceito de “verdade visual” na era digital. Em um momento em que já enfrentamos desafios com deepfakes e desinformação, tecnologias que facilitam a manipulação de conteúdo visual merecem reflexão crítica.
O futuro da gastronomia com IA: precisão e criatividade
Em uma aplicação mais inusitada, a IA também está chegando às cozinhas. O renomado chef espanhol Ferran Adrià destacou como a tecnologia está se tornando uma ferramenta poderosa na culinária, capaz de otimizar processos e criar novas experiências gastronômicas, conforme reportado pelo Correio Braziliense.
Adrià, conhecido por sua inovação no restaurante El Bulli, destaca um ponto que considero fascinante: a IA pode trazer precisão a um campo tradicionalmente guiado pela intuição e experiência. Ele argumenta que, especialmente em pratos salgados, a falta de precisão na medição de ingredientes é um erro comum que a tecnologia pode ajudar a corrigir.
Essa aplicação da IA na gastronomia ilustra perfeitamente o que venho observando em diversos setores: a tecnologia não substitui a criatividade humana, mas cria uma base sólida para que ela floresça. No caso da culinária, a precisão proporcionada pela IA permite que o chef foque sua criatividade nos aspectos verdadeiramente inovadores do prato, sem se preocupar com inconsistências técnicas.
IA no processo penal: entre a eficiência e as garantias fundamentais
Finalmente, no campo jurídico, também observamos avanços significativos. No Brasil, o STF utiliza os robôs Victor e VictorIA para classificar recursos segundo temas de repercussão geral e agrupar processos semelhantes, conforme reportado pelo Conjur.
Essas ferramentas podem proporcionar importantes benefícios:
- Maior celeridade processual
- Aprimoramento da atividade jurisdicional
- Possibilidade de medidas cautelares mais modernas
Contudo, o texto alerta para riscos significativos, como a opacidade dos sistemas automatizados e a falta de transparência nos critérios utilizados pelos algoritmos. Este é um exemplo perfeito do dilema que enfrentamos em praticamente todos os setores: como equilibrar os ganhos de eficiência com a necessidade de transparência, responsabilidade e respeito aos direitos fundamentais?
O que podemos concluir?
Analisando o conjunto de notícias das últimas 24 horas, fica evidente que estamos em um momento de profunda transformação. A IA está simultaneamente criando oportunidades extraordinárias e desafios complexos – muitas vezes dentro do mesmo setor ou até da mesma organização.
O que mais me chama atenção é como essa dualidade se manifesta de forma tão clara: a mesma tecnologia que aumenta em 200% as vendas imobiliárias também levanta preocupações sobre decisões automatizadas em planos de saúde; os mesmos algoritmos que podem tornar a justiça mais eficiente também geram questionamentos sobre transparência e direitos fundamentais.
No meu trabalho com startups e empresas em transformação, tenho observado que as organizações bem-sucedidas nessa transição são aquelas que adotam uma abordagem equilibrada: abraçam o potencial transformador da tecnologia, mas mantêm um olhar crítico e humanista sobre sua implementação.
O CEO da Fiverr está certo quando alerta que a IA vai redefinir completamente o panorama profissional, mas isso não significa necessariamente a extinção de empregos – significa sua profunda transformação. Para navegar por essas águas turbulentas, precisamos desenvolver novas competências, como a engenharia de prompts mencionada no alerta da Fiverr, e adotar uma postura de aprendizado contínuo.
No meu trabalho de mentoria para startups e executivos, tenho ajudado equipes a identificar onde a IA pode gerar valor real e como implementá-la de forma responsável. O segredo está não apenas em dominar a tecnologia, mas em entender profundamente o contexto humano em que ela será aplicada.
E você, como tem navegado por essa transformação? Está usando a IA para aumentar sua produtividade ou repensar processos em sua organização? Compartilhe suas experiências nos comentários ou junte-se aos meus grupos de WhatsApp sobre IA para Negócios e Criadores de IA para trocarmos conhecimentos e experiências nessa jornada transformadora.
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