Blog Felipe Matos

Radar da IA: Do Investimento Bilionário do Google ao Salto de R$ 100 Milhões em Vendas – O Panorama das Últimas 24h

maio 13, 2025 | by Matos AI

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O ecossistema de inteligência artificial continua sua acelerada evolução, com movimentos que vão desde grandes investimentos corporativos até aplicações práticas que já transformam negócios brasileiros. Nas últimas 24 horas, vimos uma série de desenvolvimentos que reforçam minha convicção de que estamos apenas começando a entender o verdadeiro potencial da IA para gerar valor econômico e social.

Google amplia sua aposta em startups de IA

O Google deu mais um passo significativo no fomento ao ecossistema de startups ao anunciar o AI Futures Fund, uma iniciativa que vai muito além do simples aporte financeiro. O fundo oferecerá acesso antecipado aos modelos de IA do DeepMind, suporte de especialistas, créditos em nuvem e, em alguns casos, investimento direto. Diferente das aceleradoras tradicionais que conheci e liderei ao longo de minha trajetória, o modelo não opera por coortes ou ciclos fixos – as inscrições estão sempre abertas, com investimentos contínuos adaptados às necessidades específicas de cada startup.

Segundo informações do Olhar Digital, esta iniciativa se soma a outros esforços recentes do Google, incluindo um compromisso de US$ 120 milhões para educação em IA, um fundo de US$ 20 milhões para pesquisadores, e um acelerador para ONGs focadas em IA generativa.


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Este movimento do Google demonstra algo que venho observando há anos nos ecossistemas mais maduros: o papel fundamental das grandes empresas de tecnologia no desenvolvimento de ecossistemas de startups. Ao abrir não apenas capital, mas também tecnologia proprietária e mentoria, o Google cria um ciclo virtuoso de inovação que beneficia todas as partes.

IA aplicada gera R$ 100 milhões em faturamento adicional em apenas 8 meses

Enquanto discutimos o futuro da IA, empresas brasileiras já colhem resultados concretos. O caso do Grupo Elfa, que distribui produtos médico-hospitalares, é emblemático: a implementação de uma solução de IA chamada CotAI para automatizar respostas a pedidos de cotação gerou um aumento de faturamento de mais de R$ 100 milhões em apenas oito meses.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a ferramenta automatiza o processo de precificação, reduzindo o tempo de resposta aos clientes de 40 para apenas 5 minutos – uma melhoria de 87,5% que aumenta significativamente as chances de fechar vendas.

Este é exatamente o tipo de aplicação prática de IA que defendo em minhas mentorias: foco em resolver problemas reais de negócio, com métricas claras e impacto direto no resultado. Não se trata de usar IA porque está na moda, mas de identificar gargalos operacionais onde a tecnologia pode gerar valor concreto.

Do Candy Crush à comunicação animal: inovações que expandem fronteiras

A versatilidade da IA continua impressionando. A desenvolvedora sueca King, responsável pelo fenômeno Candy Crush, adotou inteligência artificial para revisar e atualizar os mais de 18,7 mil níveis do jogo, permitindo que desenvolvedores foquem na criação de novos desafios enquanto a IA mantém os níveis existentes interessantes para jogadores novos e antigos, conforme reportado pelo Olhar Digital.

Em uma frente completamente diferente, a empresa chinesa Baidu registrou uma patente para um sistema que pretende converter vocalizações de animais em linguagem humana utilizando inteligência artificial. De acordo com a CNN Brasil, o projeto visa processar dados de sons e comportamentos para traduzir estados emocionais em significados semânticos, representando uma interseção fascinante entre tecnologia e compreensão animal.

Estas aplicações aparentemente distantes entre si mostram como a IA está penetrando em setores e usos que sequer imaginávamos alguns anos atrás. No momento em que muitos ainda pensam na IA apenas como chatbots ou ferramentas de produtividade, vemos seu uso criativo ampliando horizontes em entretenimento e pesquisa comportamental.

Avanços setoriais: da prática jurídica ao oriente médio

No campo jurídico, uma pesquisa da American Bar Association revela um crescimento expressivo na adoção de IA por advogados nos EUA, subindo de 15% em 2022 para 36% em 2025. Como reportado pelo UAI, as ferramentas mais utilizadas incluem revisão automatizada de contratos e assistentes de pesquisa baseados em IA, embora persistam preocupações éticas relacionadas ao seu uso.

Enquanto isso, no cenário geopolítico, a Arábia Saudita dá um passo ambicioso com o lançamento da Humain, uma empresa estatal de IA com um investimento impressionante de US$ 940 bilhões. Segundo o Poder360, a empresa deverá desenvolver tecnologias no setor e aumentar a infraestrutura de data centers, um movimento que sinaliza a corrida global por liderança em IA.

Este valor astronômico investido pelos sauditas nos faz refletir sobre o posicionamento do Brasil nesta corrida tecnológica. Em minhas interações com formuladores de políticas públicas, tenho enfatizado a necessidade de uma estratégia nacional coordenada para IA, que combine investimentos públicos estratégicos com incentivos ao setor privado.

Desafios e resistências: o contraponto necessário

Nem tudo são flores no avanço da IA. O desafio de equilibrar inovação tecnológica com sustentabilidade ambiental é destacado por especialistas que apontam o consumo elétrico significativo dos data centers e o lixo eletrônico gerado como preocupações crescentes. Como reportado pelo Estadão, apesar dos desafios, a IA também pode ajudar a resolver problemas ambientais, desde que seu uso seja cauteloso e sustentável.

Também vemos uma resistência significativa à adoção de IA por parte de alguns grupos. A BBC News reporta que muitas pessoas expressam resistência ao uso de IA por motivos variados, incluindo preocupações sobre impacto ambiental e falta de conexão humana. Esta resistência aponta para um debate maior sobre o papel da inteligência artificial na sociedade e suas implicações éticas.

Por fim, no uso corporativo de IA para vendas, reportagem do Terra destaca que 26% das empresas ainda não estão preparadas para utilizar efetivamente essa tecnologia, segundo a pesquisa OTRS Spotlight de 2023. A falta de preparo e o uso exagerado figuram entre os erros mais comuns, reforçando a necessidade de abordagens cautelosas e personalizadas na implementação de IA.

Análise: um ecossistema em rápida evolução

O panorama das últimas 24 horas reflete um ecossistema de IA em plena efervescência, com movimentos significativos tanto no lado da oferta (investimentos, desenvolvimento de novas soluções) quanto da demanda (adoção por empresas, resistências e desafios).

Chama a atenção a consolidação de casos de uso com retorno sobre investimento mensurável, como o do Grupo Elfa. Depois de anos de promessas e provas de conceito, estamos finalmente vendo exemplos concretos de valor gerado por IA em contextos empresariais brasileiros.

Ao mesmo tempo, a disparidade de investimentos entre países como Arábia Saudita (US$ 940 bilhões) e as iniciativas brasileiras evidencia o risco de ficarmos para trás na corrida tecnológica global. Na minha experiência trabalhando com ecossistemas de inovação em diversos países, percebo que o Brasil tem todos os ingredientes para se destacar – talentos, mercado, criatividade – mas falta uma estratégia nacional coordenada e ambiciosa.

A resistência ao uso de IA, por outro lado, não deve ser simplesmente ignorada como tecnofobia, mas entendida como um contraponto necessário que nos força a refletir sobre aspectos éticos, ambientais e sociais desta transformação. Como tenho discutido em minhas palestras sobre o futuro do trabalho, precisamos de uma abordagem que coloque humanos no centro desta revolução tecnológica.

Conclusão: preparando-se para o que vem pela frente

O panorama das últimas 24 horas revela um ecossistema de IA em rápida evolução, com oportunidades substanciais para quem estiver preparado. Seja você um empreendedor buscando construir uma startup de IA, um executivo procurando implementar soluções em sua empresa, ou um profissional querendo se adaptar a esta nova realidade, o momento de agir é agora.

Em minhas mentorias com startups e executivos, tenho enfatizado três pilares fundamentais para navegar este cenário:

  • Foco em problemas reais: Busque aplicar IA para resolver gargalos concretos de negócio, como fez o Grupo Elfa
  • Aprendizado contínuo: Desenvolva uma cultura de experimentação e atualização constante sobre novas tecnologias
  • Abordagem humano-centrada: Mantenha pessoas no centro das estratégias, usando IA para ampliar capacidades humanas, não substituí-las

O caso do Google AI Futures Fund também nos lembra a importância do acesso a recursos e conhecimento especializado. Se você está construindo uma startup de IA ou implementando soluções em sua empresa, busque se conectar a iniciativas de fomento e aceleração que possam potencializar sua jornada.

Continuarei acompanhando de perto esses desenvolvimentos e compartilhando análises e insights em minha newsletter semanal e nos grupos de WhatsApp sobre IA para Negócios e Criadores de IA. O futuro da inteligência artificial está sendo escrito agora, e todos temos a oportunidade de ser coautores desta história.


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