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Radar da IA: Entre Riscos e Oportunidades — Como a Inteligência Artificial Está Transformando a Segurança, o Trabalho e os Negócios

junho 8, 2025 | by Matos AI

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A semana que definiu os caminhos da IA no Brasil

A corrida pela inteligência artificial está se intensificando globalmente, e o Brasil não está ficando para trás. As últimas 24 horas trouxeram um panorama fascinante sobre como a IA está sendo implementada, regulada e até mesmo temida em diferentes setores da nossa sociedade.

O que mais me chama atenção neste momento é como estamos oscilando entre dois polos: de um lado, grandes alertas sobre os riscos da tecnologia; de outro, avanços impressionantes em sua aplicação prática. É nesse equilíbrio delicado que precisamos navegar como país.

Os guardiões da IA alertam: a tecnologia em mãos erradas

Quando o CEO do braço de pesquisa em IA do Google faz um alerta, precisamos ouvir com atenção. Demis Hassabis, que lidera o DeepMind, expressou durante o festival SXSW em Londres sua maior preocupação: não é o “apocalipse dos empregos” que o preocupa, mas sim o uso indevido da tecnologia por agentes mal-intencionados. O problema não é a IA em si, mas quem a controla. Segundo CNN Brasil, Hassabis enfatizou a necessidade urgente de proteções para controlar modelos de IA sofisticados e autônomos.


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Essa preocupação encontra eco no trabalho de outro pioneiro da IA. Yoshua Bengio, considerado um dos “pais” da tecnologia, acaba de lançar a organização LawZero, dedicada a criar um software capaz de evitar abusos dos agentes de IA. Como relatado pela UOL, Bengio está empenhado em propor formas de supervisão para a nova geração de modelos de IA, especialmente conforme suas capacidades aumentam.

É significativo que os próprios criadores dessa tecnologia estejam na linha de frente alertando sobre seus riscos. Na minha experiência trabalhando com startups e tecnologia, vejo que esse tipo de autocrítica é fundamental para o desenvolvimento saudável de qualquer inovação disruptiva.

Regulação: o Brasil entra no debate global

O presidente Lula entrou no debate ao defender mecanismos globais de governança para frear a desinformação potencializada pela IA. Durante cerimônia em que recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Paris 8, ele fez um alerta contundente: sem regulação, a IA poderia fazer com que as campanhas eleitorais sejam “100% de mentira”. De acordo com o Correio Braziliense, Lula anunciou que o tema será tratado na próxima reunião do Brics.

Essa preocupação com a veracidade da informação é extremamente relevante. Ao longo dos anos acompanhando a evolução das startups e da tecnologia no Brasil, tenho visto como a confiança é o ativo mais valioso em qualquer ecossistema digital. Sem ela, não há inovação sustentável.

Impacto no mercado de trabalho: os primeiros sinais

Um dos temas mais sensíveis quando falamos de IA é seu impacto no mercado de trabalho. E os dados recentes são preocupantes. Dario Amodei, CEO da Anthropic, afirma que a IA deve eliminar até 50% dos empregos de nível júnior em 5 anos. Segundo o UOL, dados do Federal Reserve Bank mostram que a taxa de desemprego entre graduados universitários aumentou 30%.

Os recém-formados estão na linha de frente dessa transformação, e isso exige uma reflexão profunda sobre como estamos preparando nossos jovens para o mercado. Em minhas mentorias com empreendedores, sempre enfatizo que precisamos focar não apenas nas habilidades técnicas, mas também naquelas que são genuinamente humanas e difíceis de automatizar.

Transformação nos setores: das finanças à saúde

Enquanto debatemos os riscos, a IA continua avançando em aplicações práticas impressionantes. O Banco do Brasil se tornou o primeiro banco no país a aplicar inteligência artificial na interação e sugestão de aplicações a clientes pessoas físicas. Como reportado pela Agência Brasil, a ferramenta Minhas Finanças Multibanco agora opera com soluções de IA generativa, reforçando a educação financeira dos clientes.

No setor de saúde, o debate sobre o uso do ChatGPT para diagnósticos médicos está apenas começando. Especialistas alertam sobre os riscos de diagnósticos imprecisos e automedicação, conforme reportagem do GZH. A mensagem é clara: a IA deve ser uma ferramenta de apoio, não um substituto para o julgamento clínico.

Esse equilíbrio entre automação e expertise humana é algo que venho defendendo há anos no ecossistema de inovação. Não se trata de substituição, mas de ampliação das capacidades humanas.

Inovações surpreendentes: dos oceanos ao entretenimento

A criatividade na aplicação da IA continua me surpreendendo. A empresa alemã Helsing planeja criar submarinos integrados com IA para monitorar rotas marítimas e rastrear ameaças nos oceanos. Segundo o Olhar Digital, o sistema Lura usa IA para identificar ameaças e sons subaquáticos em tempo real, funcionando como verdadeiros “satélites do oceano”.

No campo do entretenimento, a apresentadora virtual Marisa Maiô se tornou um fenômeno nas redes sociais. A personagem gerada por IA já fechou contratos publicitários e levanta discussões sobre o impacto da tecnologia no setor criativo, como relatado pela Exame.

No jornalismo, os vencedores do Prêmio Pulitzer usaram aprendizado de máquina para análise de dados em suas reportagens, mostrando como a IA pode agregar agilidade e rigor ao trabalho investigativo, conforme o Poder360.

O caminho para uma IA brasileira mais inclusiva

O Estadão publicou uma análise interessante sobre como a IA pode transformar setores como saúde, economia, moradia e justiça no Brasil. O ponto central é que, se bem utilizada, a tecnologia pode aumentar a eficiência dos serviços públicos e promover melhor atendimento à cidadania.

No entanto, há um alerta importante: a necessidade de inclusão digital para evitar que a tecnologia agrave desigualdades existentes. Este é um tema que me é particularmente caro. Ao longo da minha trajetória apoiando startups, sempre defendi que a tecnologia precisa ser um fator de inclusão, não de exclusão.

A democratização do acesso à IA não é apenas uma questão social, mas também econômica. Um país que consegue integrar toda sua população na revolução digital terá uma vantagem competitiva imensa no cenário global.

O que podemos esperar do futuro próximo?

Analisando essas tendências, vejo cinco direções claras para a IA no Brasil nos próximos meses:

  • Avanço da regulação: O debate sobre regras para uso da IA deve ganhar força, especialmente com a proximidade das eleições.
  • Transformação acelerada do setor financeiro: Bancos e fintechs serão os primeiros a adotar IA em larga escala para serviços ao consumidor.
  • Pressão no mercado de trabalho para recém-formados: Precisaremos repensar a transição universidade-empresa.
  • Crescimento de soluções de IA para segurança: Tanto física quanto digital, incluindo combate à desinformação.
  • Boom de conteúdo gerado por IA: Com questões éticas e legais que precisarão ser resolvidas rapidamente.

Como se preparar para esse cenário?

Como empreendedores e líderes, precisamos entender que a IA não é apenas uma tecnologia, mas um novo paradigma que está redesenhando todos os setores da economia. Em minhas mentorias, tenho orientado startups a encararem a IA não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de criação de valor.

Algumas estratégias têm se mostrado particularmente eficazes:

  • Focar em problemas reais onde a IA pode trazer ganhos significativos de eficiência
  • Garantir que a implementação seja ética e transparente, construindo confiança
  • Investir no desenvolvimento de habilidades complementares à IA na equipe
  • Buscar parcerias estratégicas para acelerar a adoção tecnológica

No meu trabalho de consultoria com empresas que buscam inovar com IA, tenho visto que aquelas que conseguem equilibrar o avanço tecnológico com valores humanos sólidos são as que mais prosperam nesse novo cenário.

Considerações finais

A IA está rapidamente deixando de ser uma tecnologia do futuro para se tornar uma realidade presente em praticamente todos os setores da economia brasileira. O que vemos nas notícias das últimas 24 horas é apenas um vislumbre da transformação profunda que está em curso.

Como país, temos a oportunidade de definir um caminho próprio para a adoção da IA – um caminho que reflita nossos valores, priorize a inclusão e potencialize nossas vantagens competitivas. Isso exigirá diálogo entre governo, empresas, academia e sociedade civil.

E para nós, empreendedores e líderes, o momento exige coragem para inovar, mas também responsabilidade para considerar os impactos sociais de nossas criações. É um equilíbrio delicado, mas necessário.

No meu trabalho de mentoria com startups e consultorias estratégicas, tenho dedicado cada vez mais tempo a ajudar empresas a encontrar esse equilíbrio entre inovação e responsabilidade. Porque acredito que esse é o caminho não apenas para o sucesso nos negócios, mas para uma sociedade mais próspera e justa.

A revolução da IA está apenas começando. E o Brasil tem todas as condições de ser protagonista nessa nova era – desde que façamos as escolhas certas agora.


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