Blog Felipe Matos

BlackRock Lucra US$ 1 Bi Com ‘Exército de PhDs’ em IA Enquanto Oracle Despenca 10,8% — Por Que Estas 24 Horas Expõem a Diferença Entre Capacidade Real e Hype

diciembre 14, 2025 | by Matos AI

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Sabe aquele momento em que você está em uma festa e alguém conta vantagem sobre um projeto grandioso, mas quando você pergunta “e os resultados?”, a pessoa muda de assunto? As últimas 24 horas no mundo da IA foram exatamente assim — mas com bilhões de dólares em jogo e uma lição brutal sobre a diferença entre capacidade técnica real e promessas infladas.

Mientras que el BlackRock comemorava resultados recordes de sua unidade de investimentos sistemáticos — que utiliza um verdadeiro exército de físicos e PhDs analisando mais de 1.100 sinais de mercado com machine learning e faturou quase US$ 1 bilhão em 2024 —, a Oracle via suas ações despencarem 10,8% após revelar que precisará de US$ 15 bilhões adicionais em investimentos para 2026, sem demonstrar quando (ou se) isso gerará retorno proporcional.

Esta não é apenas mais uma notícia de mercado. É um divisor de águas que separa quem está construindo valor real de quem está surfando na onda do hype. E isso importa profundamente para todos nós que trabalhamos com IA — de executivos tomando decisões de investimento a empreendedores definindo suas estratégias.


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O ‘Exército de PhDs’ Que Está Ganhando a Guerra da IA

Vamos começar pelo lado vencedor desta história. A unidade de investimentos sistemáticos da BlackRock não é apenas mais um departamento usando IA para parecer moderno em apresentações corporativas. É uma operação de US$ 378 bilhões sob gestão que atraiu pelo menos US$ 40 bilhões em novos recursos nos últimos dois anos.

O que torna isso diferente? Três elementos fundamentais que observo consistentemente nas implementações bem-sucedidas de IA quando trabalho com empresas:

  • Especialização profunda: A equipe é liderada por físicos e PhDs que entendem tanto a matemática quanto o domínio específico (mercado financeiro). Não são generalistas prometendo milagres.
  • Dados proprietários de qualidade: Eles treinaram seu modelo de linguagem com 20 anos de dados financeiros específicos, criando uma vantagem competitiva real, não apenas usando ChatGPT fora da caixa.
  • Capacidade de validação: Conseguem demonstrar que seu modelo prevê retornos de ações com mais precisão que modelos genéricos — e mais importante, conseguem provar isso com resultados financeiros mensuráveis.

O CEO Larry Fink está promovendo a divisão como um modelo de como gestores humanos apoiados por IA podem superar o mercado. Note a ênfase: apoiados, não substituídos. A capacidade de análise humana ainda é necessária para ajustes e situações imprevistas.

Na minha experiência ajudando empresas a implementarem IA, essa é precisamente a diferença entre projetos que prosperam e os que fracassam. A IA não é mágica autônoma — é uma ferramenta poderosa nas mãos de especialistas que sabem o que estão fazendo.

O Outro Lado da Moeda: Quando Investimento Vira Fardo

Agora vamos para o lado menos confortável desta história. A Oracle, que tem um contrato de US$ 300 bilhões com a OpenAI para nuvem, apresentou previsões fracas que reavivaram preocupações sobre uma bolha de IA.

O problema não é que a Oracle esteja investindo em IA — é que seus altos gastos não estão se convertendo em receita na velocidade esperada. E o mercado, que estava tolerante com promessas, começou a exigir resultados.

Como observa El valor económico, a Oracle virou “termômetro do estresse do mercado com IA”. O salto nos Credit Default Swaps (CDS) da empresa — um indicador de risco de crédito — reforça seu papel como indicador dos riscos dos investimentos complexos no ecossistema da inteligência artificial.

Investidores como Michael Burry (sim, aquele do “The Big Short”) estão comparando a situação atual ao boom da internet, alertando sobre supervalorização. E diferente dos “hiperescaladores” (Alphabet, Microsoft, Amazon), que conseguem demonstrar demanda real lutando para atender pedidos de data centers, a Oracle está sob pressão pela percepção de que a concorrência pode avançar mais rápido.

O Que Isso Revela Sobre o Mercado de IA?

Esta divergência entre BlackRock e Oracle não é acidental. Ela expõe uma verdade desconfortável que tenho observado no ecossistema: o mercado está começando a diferenciar entre capacidade real e promessas.

Uma pesquisa citada pela Forbes Brasil mostra que 53% dos investidores acreditam em uma bolha de IA — e estudos do MIT revelam que 95% dos 300 projetos analisados ainda não deram lucro. Isso acontece mesmo enquanto o UBS projeta gastos globais de US$ 375 bilhões até o fim de 2025 e US$ 3 trilhões até 2030.

É uma contradição fascinante: investimentos massivos coexistindo com ceticismo crescente sobre retornos.

Disney e OpenAI: O Acordo Que Muda as Regras do Jogo

E enquanto a guerra entre capacidade e hype se desenrola nos mercados financeiros, outro movimento estratégico ganhou manchetes: o investimento de US$ 1 bilhão da Disney na OpenAI.

Este acordo de três anos licencia personagens Disney, Pixar, Marvel e Star Wars para uso no modelo de vídeo Sora. Mas não se trata apenas de Mickey Mouse gerando vídeos fofos — é uma mudança estrutural no modelo de negócios do entretenimento.

O analista Nicholas Grous, da Ark Invest, prevê uma era “pré e pós-IA” no entretenimento. Sua tese é provocativa: a saturação de conteúdo gerado por IA fará o público valorizar mais o conteúdo feito por humanos.

Pense nisso: num mundo onde qualquer um pode gerar vídeos com IA, qual será o valor da escassez? Do trabalho humano autêntico? Da curadoria de qualidade?

A estratégia da Disney é inteligente: saturar o mercado com conteúdo assistido por IA enquanto reserva seus projetos de alto orçamento para refinamento de conceitos mais promissores. É usar IA para testar rapidamente o que ressoa com o público antes de investir dezenas de milhões em produções tradicionais.

O CEO Bob Iger e o Uso ‘Ponderado e Responsável’

O que me chamou atenção foi a ênfase de Bob Iger no uso “ponderado e responsável” da IA generativa. Isso não é apenas marketing — reflete a hesitação de Hollywood em abraçar IA devido a receios sindicais e questões de uso de dados.

Este acordo sinaliza, nas palavras da Línea Bloomberg, “uma capitulação do setor de entretenimento à era da IA”. Mas é uma capitulação estratégica, não desesperada — estabelecendo as regras do jogo em vez de ser atropelada por elas.

Os ‘Arquitetos da IA’ e o Reconhecimento da Time

No meio deste turbilhão de investimentos, resultados e estratégias, a revista Time fez sua escolha simbólica: elegeu os “arquitetos da inteligência artificial” como Pessoa do Ano de 2025.

A lista inclui Jensen Huang (Nvidia), Mark Zuckerberg (Meta), Elon Musk (X/xAI), Fei-Fei Li, Lisa Su (AMD), Dario Amodei (Anthropic) e Demis Hassabis (Google DeepMind). O editor-chefe afirmou que “ninguém teve mais impacto em 2025 que os construtores da IA”.

Mas especialistas fazem uma ressalva crucial, citada pela bbc: o reconhecimento não significa que os sistemas de IA são confiáveis e responsáveis. O futuro dependerá de como milhões de pessoas aplicarão essa tecnologia.

Esta é uma distinção fundamental que reforço constantemente no meu trabalho: construir a tecnologia é uma coisa; usá-la com sabedoria é outra completamente diferente.

E numa ironia interessante, a própria Time lançou sua própria IA — um Agente de IA desenvolvido com a Scale AI que combina linguagem, síntese de voz e tradução. O teste do Poder360 mostrou competências em resumos, mas gargalos em traduções completas. A Time orienta o uso da IA como “parceira”, mantendo o “cérebro humano no circuito”.

Três Lições Práticas Destas 24 Horas

Então, o que executivos, empreendedores e profissionais devem extrair deste turbilhão de notícias? Deixe-me destrinchar em três lições práticas:

1. Capacidade Real Supera Hype — Mas Demora Mais

A BlackRock não construiu sua operação de IA da noite para o dia. Foram anos acumulando dados, recrutando especialistas e refinando modelos. A Oracle, por outro lado, está correndo para capturar a onda — e o mercado percebeu.

Se você está implementando IA na sua empresa, resista à tentação de resultados instantâneos. Construa fundações sólidas: dados de qualidade, equipe capacitada, processos bem definidos.

2. IA Como Parceira, Não Substituta

Repare que tanto a BlackRock quanto a Disney enfatizam o papel da IA como amplificadora de capacidades humanas. A Time fala explicitamente em manter “cérebro humano no circuito”.

Esta é a abordagem correta. Como escreve Rafael Parente na GZH, a IA pode ser usada como “parceira de raciocínio” — simulando clientes difíceis, triando o brain dump diário, agindo como arqueóloga de dados pessoais. Mas ele alerta: há um limite entre amplificação do julgamento humano e uso como muleta.

No meu trabalho de mentoring com executivos, enfatizo constantemente este equilíbrio. A IA amplifica tanto qualidades quanto limitações humanas — especialmente a ausência de desconforto ético.

3. O Mercado Está Amadurecendo — Rápido

A queda da Oracle, o ceticismo dos 53% que veem bolha, os 95% de projetos sem lucro — tudo isso sinaliza um mercado saindo da fase infantil de “prometa muito, entregue depois” para a fase adulta de “mostre os resultados”.

Isso é excelente para quem está fazendo o trabalho de casa. Mas será brutal para quem está só surfando na onda.

Um dado do relatório da Fortune Business Insights suporta o otimismo realista: o mercado global de IA deve crescer de US$ 294,16 bilhões em 2025 para US$ 1.771,62 bilhões até 2032 (CAGR de 29,2%). E PMEs que implementam IA podem ver um aumento de 6% a 10% na receita — porque a IA é um “grande equalizador”, permitindo que pequenas empresas alcancem inteligência de dados de multinacionais.

O Contexto Brasileiro: Agências de Publicidade e Jornalistas

E como isso se reflete no Brasil? Duas notícias complementares revelam nossa maturidade crescente.

Primeiro, o levantamento anual do Google Brasil mostra que as agências de publicidade brasileiras tiveram um salto na integração da IA em 2025. Seis agências atingiram o nível de maturidade mais alto, e uma parcela significativa migrou para patamares intermediários. A IA está estruturalmente orientando processos e novas ofertas no mercado publicitário brasileiro.

Segundo, um estudo da Universidade de Oxford (Instituto Reuters) sobre jornalistas britânicos — mas que reflete tendências globais — revela um paradoxo interessante: 62% veem a IA como ameaça, contra apenas 15% que a veem como oportunidade. Mas mesmo assim, 56% usam IA semanalmente para tarefas como transcrição, tradução e verificação gramatical.

O mais revelador? Aqueles que usam IA diariamente são os menos pessimistas sobre seu impacto. O uso prático transforma percepções — mais uma evidência de que a familiaridade com a ferramenta reduz o medo e aumenta a capacidade de julgamento sobre seu valor real.

O Caso do IBGE: Quando a IA Cria Novos Desafios

Nem tudo na IA são oportunidades e crescimento. Às vezes, ela cria desafios completamente novos que precisamos resolver.

EL IBGE adiou a divulgação dos microdados do Censo 2022 para 2026 devido ao “elevado risco” de quebra de sigilo dos dados por meio de ferramentas de Inteligência Artificial, que podem reidentificar pessoas mesmo em dados desnomeados.

Este é um exemplo perfeito de como a IA não apenas transforma o que podemos fazer, mas também exige que repensemos políticas e procedimentos existentes. O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, confirma que o avanço da IA obriga uma revisão da política de confidencialidade para garantir o sigilo estatístico, conforme a LGPD.

Esse atraso impacta publicações científicas e formulação de políticas públicas, pois pesquisadores dependem desses microdados para análises detalhadas. É um custo real de adaptação à era da IA — mas um custo necessário para proteger direitos fundamentais.

O Que Isso Significa Para Você?

Voltemos à pergunta inicial: por que tudo isso importa?

Porque estamos vivendo o momento em que a IA deixa de ser promessa futurista e se torna realidade operacional. E nessa transição, a diferença entre quem domina a tecnologia e quem é dominado por ela está se ampliando rapidamente.

A BlackRock demonstra o que é possível quando se combina especialização profunda, dados proprietários e visão estratégica. A Oracle mostra o risco de jogar dinheiro no problema sem capacidade real de gerar valor. A Disney revela como players estabelecidos podem usar IA estrategicamente sem perder sua essência. E o IBGE nos lembra que cada avanço tecnológico cria novos desafios éticos e de governança.

Se você é executivo, a pergunta não é mais “devemos investir em IA?” — é “como construímos capacidade real em vez de acumular custos sem retorno?”

Se você é empreendedor, a oportunidade está em ser como as PMEs mencionadas no relatório da Fortune: usar IA como grande equalizador para competir com players maiores, não em prometer ser o próximo unicórnio de IA sem fundação sólida.

Se você é profissional, o caminho é claro: familiarize-se com as ferramentas, mas mantenha o cérebro humano no circuito. Como mostra o estudo com jornalistas, quem usa diariamente é menos pessimista porque entende tanto o potencial quanto as limitações.

Construindo Capacidade Real em IA

Depois de anos trabalhando com startups, empresas, governos e entidades de apoio, identifiquei um padrão claro nas organizações que prosperam com IA versus aquelas que desperdiçam recursos:

As vencedoras tratam IA como capacidade estratégica, não como projeto de TI.

Elas investem em:

  • Alfabetização em IA para liderança e equipes — não para todos virarem cientistas de dados, mas para entenderem possibilidades e limitações
  • Infraestrutura de dados antes de algoritmos sofisticados — porque IA sem dados de qualidade é como Ferrari sem gasolina
  • Experimentação controlada com métricas claras de sucesso — começando pequeno e escalando o que funciona
  • Governança e ética desde o início — não como obstáculo, mas como vantagem competitiva
  • Parceria entre humanos e máquinas — usando IA para amplificar julgamento humano, não para substituí-lo

E as perdedoras? Compram soluções caras prometendo milagres, implementam sem estratégia clara, esperam resultados mágicos e culpam a tecnologia quando falham.

A diferença entre esses dois grupos está se ampliando — e rápido. Como mostra a queda da Oracle, o mercado está perdendo paciência com promessas não cumpridas.

A Janela de Oportunidade Está Aberta — Mas Não Por Muito Tempo

Estas 24 horas de notícias revelam uma verdade fundamental: estamos no meio de uma reorganização massiva de vencedores e perdedores.

Empresas como a BlackRock, que construíram capacidade real, estão colhendo bilhões. Organizações como a Oracle, que apostaram pesado sem demonstrar retorno, estão sob pressão crescente. Players estabelecidos como a Disney estão usando IA estrategicamente para proteger e expandir seus negócios. E toda a cadeia — de agências de publicidade no Brasil a jornalistas globalmente — está descobrindo que familiaridade prática com IA é a melhor resposta ao medo.

A janela de oportunidade para posicionar sua organização no lado vencedor ainda está aberta. Mas ela está se fechando à medida que o mercado amadure e diferencie entre capacidade real e hype.

Não é hora de pânico — é hora de ação estratégica e informada.

No meu trabalho de mentoring e consultoria, ajudo executivos e empresas exatamente nesta transição: construir capacidade real em IA que gera valor mensurável, não projetos bonitos em apresentações que drenam recursos sem retorno. Se você quer entender como posicionar sua organização para ser a BlackRock da sua indústria — não a Oracle —, este é o momento de agir.

Porque no final das contas, a diferença entre sucesso e fracasso com IA não está na tecnologia em si. Está em como você a utiliza. E isso, felizmente, é uma escolha que ainda está nas suas mãos.


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